Com planos de se filiar ao PP, partido expoente do Centrão e o que mais cresceu nos últimos anos, pode ser a legenda para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em concorrer a uma vaga de deputado federal em 2022. Mas, conforme a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, Salles deu um tempo nas negociações com a sigla e também com outras legendas que o procuraram. O recuo nas conversas aconteceu depois do ministro ser alvo de buscas da Polícia Federal e de duas investigações do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ricardo Sales tem dito que segue interessado em concorrer à Câmara dos Deputados por São Paulo, mas avalia que este é o momento de focar em sua defesa. Salles confidenciou a aliados que sua família vem sofrendo com sua exposição e que, por isso, é hora de submergir.
Como informou O Globo, Salles diminuiu suas aparições públicas para tentar sair da mira dos investigadores, privilegiando reuniões fechadas, e parou com postagens nas redes sociais. Eles não publica nada no Twitter desde 17 de maio, dois dias antes de ser alvo da operação Akuanduba, que apura se Salles favoreceu madeireiros que exportam matéria-prima ilegal do Brasil.
O ministro também tem enfrentado artilharia de siglas do próprio Centrão, que defendem junto a Bolsonaro a saída de Salles, com o objetivo de colocar um quadro próprio no posto. O presidente, por ora, afirma que o chefe da pasta do Meio Ambiente segue firme. Salles está se movimentado dentro do governo para se manter na Esplanada e já mostrou receio de perder o foro privilegiado e ter uma prisão decretada por um juiz de primeira instância. Garante, no entanto, que, mesmo com as conversas suspensas, mantém o plano de concorrer à Câmara e, acreditem, ter a pauta ambiental como chamariz.