De acordo com trechos da colaboração premiada, divulgados pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a delação premiada do ex-presidente da Fecomércio/RJ, Orlando Diniz, detalha pagamentos de propina ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes.
Diniz revelou que, em troca de “procrastinar por um ano” uma investigação contra ele no TCU, Nardes começou a receber uma mesada de R$ 100 mil, entre 2015 e 2016.
Segundo a publicação, o ministro recebia as vantagens indevidas em dinheiro vivo. A propina era paga diretamente a ele ou por um intermediário indicado pelo ministro.
Conforme o ex-subsecretário de Transportes do governo Sérgio Cabral, o também delator Luiz Carlos Velloso, o dinheiro de Diniz para Nardes foi levantado por meio de um contrato fictício com um escritório de advocacia de São Paulo. O delator não chegou a dizer qual empresa é essa, mas Diniz promete detalhar.
Vale lembrar que o ministro foi responsável por recomendar a rejeição das contas de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por pedaladas fiscais. O parecer dele, aceito pelo plenário do TCU, acabou por ajudar a pavimentar o impeachment da petista. Logo depois da deposição de Dilma, Nardes comemorou a saída dela.