O presidente da montadora chinesa GWM (Great Wall Motors) para a América Latina GWM, James Yang, foi recebido em audiência pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, nesta quarta-feira (10/01), no edifício sede do Ministério, em Brasília (DF). Yang apresentou um estudo mostrando que as diferenças nas políticas regionais de incentivos fiscais geram uma concorrência desigual e afetam as decisões estratégicas das empresas.
Segundo Yang, a BYD, maior montadora de carros elétricos do mundo – que anunciou projeto de produção na Bahia, pode se tornar um unicórnio e afetará profundamente o equilíbrio da indústria automobilística, com consequências extremas.
O ministro Luiz Marinho afirmou que o Governo Federal deve ter um olhar atento para essa anomalia e que as diversas áreas do governo envolvidas com o tema devem buscar soluções para não penalizar as montadoras, principalmente na região Sudeste.
A GWM defende que o governo estabeleça um limite de crédito financeiro de valor para os incentivos fiscais anuais do Nordeste, que não ultrapasse o valor anual destinado ao Mover, que é de R$ 3,5 bilhões/ano. Segundo Yang, a proposta preserva o compromisso político e constitucional de incentiva as regiões Nordeste e Centro-Oeste.
A empresa chinesa apoiou um grupo de montadoras, liderado pela General Motors, Toyota e Volkswagen, que divulgaram carta pedindo a exclusão das emendas que permitem a continuidade, até 2032, dos benefícios do programa do Nordeste.
Benefícios no Nordeste também envolvem a BYD, que anunciou projeto de produção na Bahia. Os planos da montadora chinesa já estavam, no entanto, amparados pelo texto original, já a ideia é produzir em São Paulo apenas modelos híbridos e elétricos.
A GWM anunciou investimento de R$ 10 bilhões no Brasil, cerca de R$ 4 bilhões de 2022 a 2025 e R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032. Na primeira fase, a companhia comprou a fábrica que pertencia à Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo, onde planeja produzir carros híbridos e elétricos a partir de 2024.