O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira (14) que a falta de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para a produção da Coronavac no Brasil é uma “questão contratual” entre o Instituto Butantan, que desenvolve o imunizante no país, e a China.
“A questão do Butantan com a China é uma questão contratual. Espero que esse suprimento de IFA ocorra normalmente e a produção se regularize para que tenhamos também disponível a vacina CoronaVac como tem sido desde o começo do ano”, defendeu Queiroga sem dar mais detalhes.
O governador atribui o atraso à crise diplomática causada por críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à China. Segundo o Instituto Butantan, há 10 mil litros dos insumos no país asiático a espera de autorização.
Na declaração de hoje, Queiroga ainda disse que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tem recebido IFA da China para a produção da AstraZeneca normalmente. Além disso, ele defendeu que o Brasil tem “relações muito boas com todos os países, inclusive com a China”.
“Temos relações muito boas com todos os países, inclusive com a China. É um parceiro comercial importante do Brasil (…) Eu me reuni já pelo menos duas ou três vezes com o embaixador Yang Wanming (embaixador da China no Brasil) e não há nenhum problema diplomático do Brasil com a China”, disse o ministro.
Último lote da Coronavac foi entregue
Nesta sexta, o Instituto Butantan entregou o último lote da Coronavac, de cerca de 1 milhão de doses. A produção da vacina foi totalmente paralisada nesta semana.
“Quando vamos parar? Nós esperamos de fato que o programa estadual não pare. Podemos diminuir o ritmo, mas nos até esse momento não paramos”, disse a coodenadora estadual de imunização, Regiane de Paula.
Até o momento, há vacinas para os grupos anunciados até o próximo dia 21, que inclui pessoas com comorbidades e deficiência permanente.
“Todos sabem, temos um entrave diplomático, fruto de declarações desastrosas feita pelo governo federal contra a China e isso gerou um bloqueio por parte do governo chinês da liberação do embarque dos insumos”, disse Doria.
Já o presidente do instituto, Dimas Covas, disse hoje que não há previsão de quando deve retomar a produção da CoronaVac. A informação foi dada após ele se reunir com representantes do laboratório Sinovac Biotech, que desenvolve a vacina na China.
Contrato com o Ministério da Saúde
A entrega das doses já faz parte do segundo contrato do Instituto Butantan com o governo federal, de 54 milhões de doses que deveriam ser entregues até o dia 30 de agosto. O primeiro lote, de 46 milhões de doses, foi finalizado na última quarta-feira (12).
Como consequência da falta de vacinas, pelo menos 15 estados brasileiros suspenderam a aplicação da CoronaVac, seja da primeira ou da segunda dose.
Em abril, o Butantan parou de envazar a CoronaVac na fábrica do Brasil, mas continuou com o processo de rotulagem e controle de qualidade para entregar as doses restantes ao Ministério da Saúde.
IFA para vacina da Oxford
A vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, também precisa do Insumo Farmacêutico Ativo para ser fabricada no Brasil.
Nesta sexta-feira (14), a Fiocruz anunciou que receberá um novo lote de matéria prima no dia 22 de maio e, depois, mais um carregamento para o dia 29.
Confira o calendário de vacinação contra a covid em SP:
- 6 de maio: 60, 61 e 62 anos
- 10 de maio: pessoas com Sindrome de Down, Imunossiprimidas pacientes transplantados, pacientes renais em terapia
- 11 de maio: metroviários e ferroviários; gestantes e puérperas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente entre 55 e 59 anos
- 14 de maio: pessoas com comorbidades entre 55 e 59 anos
- 17 de maio: grávidas e puérperas com comorbidades com mais de 18 anos
- 18 de maio: motoristas e cobradores de ônibus
- 21 de maio: pessoas com comorbidades entre 45 e 49 anos e pessoas com deficiência permanente (BPC) entre 45 e 49 anos
Saiba quais as comorbidades estão contempladas no Plano Nacional de Imunização:
- Doenças cardiovasculares
- Insuficiência cardíaca
- Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar
- Cardiopatia hipertensa
- Síndrome coronarianas
- Volvopatias
- Miocardiopatias e pericardiopatias
- Doença de Aorta, dos Grandes Vasos e Fistolas arteriovenosas
- Arritmias cardíacas
- Cardiopatias congênitas no adulto
- Próteses valvares e dispositivos cardiacos implantados
- Diabetes mellitus
- Pneumopatias crônicas graves
- Hipertensão arterial resistente
- Hipertensão arterial estágio 3
- Hipertensão estágios 1 e 2 com lesão e órgão alvo
- Doença cerebrovascular
- Doença renal crônica
- Imunossuprimidos
- Anemia falciforme
- Obesidade mórbida
- Cirrose hepática
- HIV