Investigado por suspeita de envolvimento em esquema de candidaturas laranja, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio negou irregularidades e prometeu que irá provar sua inocência. A Polícia Federal e o Ministério Público apuram envolvimento nos crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro quando Álvaro Antônio era presidente do PSL em Minas Gerais.
“Sempre agi estritamente dentro da legislação eleitoral dentro do partido em Minas. Nunca fiz qualquer procedimento inadequado que viesse a macular ou a imagem do partido ou a minha”, afirmou na quarta-feira (10), em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado.
O deputado licenciado disse que confia “plenamente nas instituições” e que “esse inquérito vai ser a melhor oportunidade que terei de provar que não tenho absolutamente nenhum problema ou procedimento inadequado”.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, de R$ 279 mil repassados pelo PSL a 4 candidaturas femininas, ao menos R$ 85 mil foram destinados a 4 empresas de pessoas ligadas a Álvaro Antônio
A Polícia Federal analisa documentos e colheu depoimentos sobre o caso. Em um deles, Zuleide Oliveira, 42 anos, de Santa Rita de Caldas (MG), disse que o ministro ofereceu R$ 60 mil do Fundo Partidário para sua campanha, desde que ela devolvesse R$ 45 mil. No esquema, as mulheres seriam usadas para cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas.
Na audiência nesta quarta, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), repudiou o esquema. “Fico extremamente revoltada com as candidaturas de laranja pelo PSL. É muito revoltante ver mulheres usadas por homens para alcançarem seus objetivos”.
A parlamentar disse que esse tipo de delito leva pessoas a defenderem o fim da cota de candidaturas femininas e destacou a dificuldade para as mulheres atuarem na política. “Quando têm acesso ao recurso do Fundo, as mulheres conseguem colocar sua campanha para funcionar de fato (…) A gente lutou muito para ter direito ao voto e conseguir ser votada. Não é fácil a gente chegar aqui”, completou.
Gama foi a única a questionar o ministro sobre o tema. A tropa de choque do governo atuou para blindar Álvaro Antônio. O líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e os vice-líderes Izalci Lucas (PSDB-DF) e Eduardo Gomes (MDB-TO) trabalharam para evitar perguntas na audiência pública sobre a investigação.