O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira (2) que a “marca” do novo governo será o “diálogo” e defendeu um “pacto político entre governo e oposição por amor ao Brasil”.
Onyx discursou durante cerimônia de transmissão de cargo nesta manhã no Palácio do Planalto. Ele recebeu o cargo do ex-ministro Eliseu Padilha do governo Michel Temer. O presidente Jair Bolsonaroparticipou da solenidade.
“As disputas políticas, as disputas ideológicas podem e devem ser travadas. Nós não recebemos um papel em branco ao vencermos as eleições”, disse Onyx.
Durante discurso, Onyx afirmou que o governo surpreenderá pela “capacidade de dialogar”. Segundo ele, Bolsonaro foi “forjado” no Congresso Nacional, onde foi deputado por 28 anos e teve de dialogar.
“O diálogo será a marca desse governo. Nós vamos surpreender com a capacidade de dialogar, dialogar e dialogar, porque o parlamento precisa disso e o presidente sabe disso e nós temos um grande desafio: consertar o Brasil”, afirmou.
O ministro, que coordenou a equipe de transição, fez um agradecimento aos mais de 120 voluntários que trabalharam com o novo governo nos últimos dois meses.
Após a cerimônia, Onyx afirmou em entrevista que conversou com Bolsonaro sobre a necessidade de o governo fazer um “primeiro gesto” de aceno à oposição.
“A eleição tem que ser superada e o entendimento tem que surgir… Todos os países do mundo tiveram a maturidade a humildade de propor um pacto pelo pais. Eu conversei com o presidente hoje pela manhã, nos cabia fazer o primeiro gesto”, disse o ministro.
“Precisamos ser capazes de poder dialogar, nós acreditávamos que era muito importante fazer o gesto e esse primeiro gesto tinha que partir do governo”, acrescentou Onyx.
A fala de Onyx foi dada em um contexto no qual partidos de oposição, como o PT, não compareceram à cerimônia de posse de Bolsonaro no Congresso Nacional.
O presidente, em seus primeiros discursos, também não fez acenos aos partidos de oposição e disse que a data da posse, 1º de janeiro de 2019, marcou o “dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”.
Terras indígenas
Onyx também comentou a decisão de Bolsonaro de transferir para o Ministério da Agricultura a atribuição de identificar, delimitar e demarcar terras indígenas e quilombolas.
Até então, a atribuição sobre as terras indígenas ficava com a Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça; e sobre os quilombolas, com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), vinculada à Casa Civil.
O ministro afirmou que a nova gestão expressou, desde o plano de governo durante a campanha eleitora, a “concepção” de ter reunido na mesma estrutura “tudo aquilo que de uma maneira ou outra gira em torno do agronegócio, que é o grande ponto hoje de sustentação da econômica brasileira”.