O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta última terça-feira (25) em Madri conforme a EFE, que quer aprender com a reforma trabalhista realizada na Espanha e replicar o mesmo modelo de negociação entre o Executivo, as patronais e os sindicatos, a fim de combater “o ambiente tenebroso” de desemprego e precariedade.
“Nossa avaliação é positiva, viemos beber da fonte e aprender com esta reforma”, afirmou Marinho em coletiva de imprensa conjunta com a ministra do Trabalho espanhola, Yolanda Díaz, após um encontro bilateral no âmbito da visita à Espanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começa nesta terça-feira.
O ministro brasileiro e a sua equipe marcaram ainda encontros com os dois principais sindicatos espanhóis, CCOO e UGT, e com a patronal CEOE, com a esperança de poder transmitir ao empresariado brasileiro que o diálogo social funciona e é capaz de trazer soluções.
A reforma brasileira, segundo destacou Marinho, passa pelo reforço do papel dos sindicatos, porque “um sindicalismo frágil fragiliza também o processo democrático”.
“Temos consciência de que nem sempre é possível agradar a todos”, reconheceu o ministro, embora esteja convicto de que é possível chegar a um ponto que satisfaça todas as partes.
Na sua opinião, a modernização do mercado de trabalho e a inovação empresarial exigem trabalhadores bem remunerados, com horários razoáveis e em condições seguras, porque não se pode progredir “com trabalhadores escravizados”.
A reforma trabalhista espanhola foi aprovada no ano passado, como resultado de um acordo entre o governo de coalizão progressista, os sindicatos e as patronais.
Sua aprovação teve como consequência uma melhoria nas condições dos trabalhadores, ao reduzir a temporalidade, um dos principais problemas do mercado de trabalho espanhol, e ao voltar a dar prioridade aos acordos setoriais, em detrimento aos das empresas, que favorecem os funcionários de pequenos negócios.