O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (15) que seria leviano relacionar a privatização da Eletrobras diretamente ao apagão de mais cedo. Mas disse que a privatização, na opinião dele, “fez mal” ao país.
“Eu seria leviano em apontar que há uma causa direta com relação à privatização da Eletrobras. O que não posso faltar é com a coerência, a minha posição sempre foi essa e não vai deixar de ser é que um setor estratégico como esse deve ter a mão firme do estado brasileiro”, afirmou o ministro.
No entanto, para ele, o setor é estratégico e deveria estar totalmente nas mãos do Estado.
“Primeiro que todos conhecem minha posição com relação à privatização. Um setor estratégico para segurança do país, inclusive para segurança alimentar, energética, como um setor elétrico de um país – em especial com as dimensão territorial do Brasil – na minha visão não deveria ser privatizado”, afirmou Silveira.
Segundo o ministro, a Eletrobras “deveria ter uma função estatal”. “Minha posição é que a privatização da Eletrobras fez muito mal. Fez mal ao sistema”, declarou.
“A Eletrobras era o braço operacional do setor elétrico brasileiro, responsável por mais 40% da transmissão nacional, mais de 33% da geração do país (…). O braço operacional do setor elétrico realmente… Os brasileiros e brasileiras perderam muito com a privatização da Eletrobras”, afirmou Silveira.
Apagão
O Ministério de Minas e Energia informou por volta de 15h desta terça-feira (15) que o sistema nacional de energia foi restabelecido, após o apagão do início do dia. Segundo o ministério, apenas algumas localidades pontuais ainda necessitavam de ajustes na parte da tarde.
O apagão afetou 25 estados e o Distrito Federal. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma “ocorrência” às 8h31 levou a uma “separação elétrica” no sistema interligado.
Na prática, é como se as regiões Norte e Nordeste do país tivessem se desconectado das regiões Sul e Sudeste.
As causas do problema, segundo o ONS, ainda estão sendo apuradas.