O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, disse nesta última sexta-feira (12) que, mesmo após o governo federal ter liberado quase dois bilhões em emendas parlamentares às vésperas da votação da reforma previdenciária, o presidente Jair Bolsonaro não se curvou à chamada velha política.
Em café da manhã com a imprensa, no Palácio do Planalto, o general disse que o presidente não está fazendo toma-lá-dá-cá, mas lembrou que, em governos anteriores, emendas parlamentares também eram liberadas nas vésperas de votações importantes.
“Em vários governos isso aconteceu. Não é que o presidente se curvou à velha política, porque foi um processo transparente”, disse. “Eu não vejo como velha política. Se é para atender a população e é previsto, é justo e democrático”, acrescentou.
O ministro ressaltou que não considera haver “nenhuma ilegalidade” na liberação das emendas, mas observou que é necessário haver um controle dos recursos empenhados para que não ocorram desvios de verba nos municípios beneficiados.
Ao todo, o Palácio do Planalto liberou R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares. Na campanha eleitoral, o termo “nova política” foi explorado pelo presidente para se diferenciar dos demais candidatos, em uma tentativa de mostrar que ele faria uma gestão diferente.
“Quando fala em velha e em nova política, você busca dividir. Política é política. Quando é feita essa diferença, gera calor”, afirmou Ramos.
No encontro, o ministro responsável pela articulação política do governo disse que ainda não tem a intenção de construir uma base aliada no Congresso Nacional e elogiou postura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na votação do texto-base da reforma previdenciária.
“O discurso dele foi de estadista”, disse.”Maia teve um papel fundamental. O mérito foi ele ter colocado em votação”, acrescentou.
Ele minimizou a avaliação de que, com a vitória política, Maia possa instituir uma espécie de parlamentarismo branco no país. Para ele, “ruídos sempre acontecem” e a discussão faz parte do processo democrático.
“É a melhor reforma? Poderia ser melhor, mas é a possível”, disse.