O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (16) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, que a transição energética é uma grande oportunidade mundial para a inclusão social. A declaração foi feita durante o painel “A Transformação Sustentável do Brasil”, onde destacou o protagonismo brasileiro na produção de energias limpas e renováveis, as ações desenvolvidas pelo governo do presidente Lula e as oportunidades de investimentos no país.
“Neste Fórum que a gente discute a paz mundial, acredito que ela está muito interligada com a questão da prosperidade, e a prosperidade é a geração de oportunidade. A transição energética, como disse o Papa Francisco, tem que ser olhada em especial pelos países industrializados de forma muito vigorosa e séria para que ela seja célere e justa, em especial aos países em desenvolvimento. Ou seja, que ela sirva para poder nos ajudar na proteção planetária, mas também como uma grande oportunidade de inclusão social”, afirmou o ministro.
Silveira destacou os avanços do país na política energética, como a contratação de R$ 36 bilhões em linhas de transmissão, a retomada do Programa Luz para Todos – maior programa de inclusão energética do mundo –, o programa Energias para a Amazônia, que vai descarbonizar o “pulmão” do planeta, e projetos de descarbonização da matriz de transportes, além da regulação do hidrogênio verde.
“O Brasil ampliou, no ano passado, o seu parque de geração em 9 Gigawatts (GW), sendo 8,4 em energia eólica e solar. Portanto, nosso país já é o grande líder da transição energética global. Estamos avançando fortemente na descarbonização do setor de transportes e mobilidade. Temos no Brasil o Renovabio, que é um exemplo de estímulo à produção de combustíveis com baixa emissão de carbono. Também aprovamos a ampliação do biodiesel de 10% para 14% no diesel. Nós sabemos que a grande vocação do país, além de o grande celeiro de alimentos para a humanidade, é também ser o grande celeiro de energias limpas e renováveis”, destacou Silveira.
Estes avanços, segundo o ministro, tornam o Brasil ainda mais atrativo para investimentos internacionais. Silveira ressaltou, também, que o país voltou a ter gestão pública, a dialogar e fazer a boa política com o mundo e a discutir os problemas reais da população.
“O Brasil está preparado para receber investimentos internacionais. Nós temos superávit de energia limpa e renovável, temos, no Nordeste brasileiro, um grande potencial para que indústrias se instalem para poder produzir efetivamente produtos verdes e exportar, desta forma, a sustentabilidade. As políticas energéticas do Brasil estão tendo um olhar muito minucioso do presidente Lula, que reconhece uma grande oportunidade. Vamos reindustrializar o Brasil, produzindo e manufaturando estas riquezas no país, gerando emprego e renda, oportunidades e cumprindo o grande propósito do nosso governo, que é combater a desigualdade, gerar e construir sociedade mais justa, fraterna e mais igual”, ressaltou.
G20
Durante o painel, que também contou com a participação das ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da Saúde, Nísia Trindade, Alexandre Silveira afirmou que o Brasil tem “autoridade” para cobrar dos países industrializados o compromisso de investirem na transição energética. Segundo ele, o Brasil já fez a transição energética e construiu, ao longo de décadas, estabilidade regulatória reconhecida no mundo, respeitando contratos e tendo conquistado estabilidade política e social. Alexandre Silveira destacou, inclusive, que a presidência brasileira no G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais a União Europeia, é uma grande oportunidade para o país pautar e defender a transição energética justa e inclusiva.
“O G20 será uma grande oportunidade para o Brasil, para que a transição energética seja vista como uma transição que leve em consideração, além da questão da sustentabilidade, que é fundamental e imprescindível, leve a questão econômica e o combate à desigualdade. Acredito que o G20 nos dará a oportunidade de mais de uma vez destaco de alertar, de fazer uma cobrança terna, mas severa dos países industrializados e dos países ricos que reiteradamente se comprometem em investir em transição energética, em investir em emissão de baixo carbono, mas que esse discurso está muito distante de se tornar uma realidade”, finalizou Silveira.