O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na manhã desta segunda-feira (21) que toda a população brasileira acima dos 18 anos deve ser imunizada com a primeira dose da vacina contra a covid-19 até setembro deste ano. Governadores de diferentes Estados, incluindo o paulista João Doria (PSDB), já tinham feito a mesma promessa. A previsão, segundo o ministro, é uma meta “bastante razoável”. Queiroga manteve o discurso de que, até o fim deste ano, toda a população adulta do País também deverá ser vacinada com as duas doses da vacina.
No início do mês, conforme publicou o Estadão, o governador João Doria (PSDB) tinha anunciado que pretende vacinar todos os paulistas até outubro. Alguns dias depois, antecipou o calendário e todos os moradores do Estado acima de 18 anos devem receber a primeira dose da vacina até setembro. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) fez a mesma previsão. Algumas cidades do Maranhão, Estado governado por Flávio Dino (em transição para o PSB), já estão vacinando pessoas acima de 18 anos, incluindo a capital São Luís. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), pretende vacinar os adultos até o fim de agosto.
“Pelo ritmo que nossa campanha vem adquirindo nas últimas semanas, no último mês, já é possível antever que toda a população brasileira acima de 18 anos pode ser imunizada com uma dose da vacina até o mês de setembro”, estimou o ministro em audiência pública na Comissão Externa da Covid-19 do Senado. “E pelas 600 milhões de doses de que já dispomos, é possível antever também que tenhamos a população brasileira acima de 18 anos vacinada até o final do ano de 2021. O que nós consideramos, dentro das condições de carência de vacina no mundo, uma meta bastante razoável, e que faz jus à força e à tradição do nosso Programa Nacional de Imunização”, completou.
Em sua fala inicial na comissão, Queiroga lamentou as 500 mil mortes por covid-19 e destacou o trabalho do ministério na aquisição de vacinas. De acordo com o ministro, a pasta já traça planos para uma eventual necessidade de um reforço vacinal contra covid nos próximos anos, mantendo conversas com farmacêuticas como a Pfizer e a Moderna, além dos esforços na produção de uma vacina totalmente nacional contra a doença.
O ministro também afirmou que, entre os esforços da saúde para combater a disseminação do vírus, está o início de um nova política de testagem contra doença, afirmando que, além de ser necessária uma testagem maior na atenção primária, dedicada a pacientes sintomáticos, é preciso iniciar a testagem em pacientes assintomáticos em ambientes de grande circulação, como rodoviárias e aeroportos.
“O Brasil testou pouco e em função disso nós não tivemos uma política mais apropriada de isolamento dos casos positivos, bem como de seus contactantes”, afirmou o ministro. Para Queiroga, nesta nova fase de testagem, além do esforço da pasta, será necessário também o apoio da iniciativa privada.
“É fundamental, além dessa iniciativa pública, que tenhamos a parceria da iniciativa privada, testando os funcionários para que aqueles casos positivos sejam afastados, e consigamos conciliar o combate a pandemia da covid-19 com um retorno organizado e sustentável das atividades econômicas”, pontuou o ministro.
Queiroga defende aulas presenciais no segundo semestre
O ministro da Saúde disse que não é necessário que professores tomem as duas doses da vacina contra covid-19 para dar início ao retorno das aulas presenciais no País. Para Queiroga, uma política mais incisiva de testagem contra a doença já permitiria a volta às aulas no segundo semestre deste ano.
“No meu entendimento, não é fundamental que todos os professores estejam imunizados com duas doses para o retorno das aulas. Com a estratégia adequada de testagem, podemos compatibilizar o retorno das aulas com a identificação dos casos positivos, e a partir daí ter já no segundo semestre o retorno de aulas”, argumentou.