A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) pediu ao Ministério da Justiça que seja investigada a prática de crime por ameaças sofridas após o episódio envolvendo uma assessora demitida por criticar a torcida “branca” do São Paulo durante a final da Copa do Brasil. Ela também pediu proteção policial.
O ofício, assinado pela secretária-executiva do ministério, Roberta Eugênio, diz que Anielle “vem sofrendo ameaças à sua vida, à sua integridade física e psicológica, bem como vem sendo vítima de racismo.”
A ministra foi atacada também por usar avião da FAB para se deslocar ao estádio do Morumbi, onde participou de um evento contra o racismo.
Segundo o documento, os crimes ocorreram, na maioria, entre 26 e 28 de setembro, por meio das redes sociais Instagram e X (ex-Twitter) e por e-mails.
No ofício, o ministério pede a adoção de providências para apurar condutas que possam causar mal à ministra. “Por oportuno, e diante das evidentes ameaças que a Ministra da Igualdade Racial vem sofrendo, requer, ainda, reforço na sua segurança pessoal.”
Em uma das mensagens anexadas ao pedido, um usuário xinga a ministra e diz: “tomara q tenha o msm fim da irmã…aqui é são paulo sua vaca suja”. Anielle é irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio de Janeiro junto com o motorista Anderson Gomes em março de 2018.
As ameaças contra a ministra se intensificaram após as postagens de sua ex-assessora Marcelle Decothé em uma rede social criticando a torcida são-paulina. Ela foi demitida dois dias depois.