O ex-presidente Evo Morales, exilado no México, começou a ser investigado por “sedição e terrorismo”, em uma ação do governo provisório que pode acirrar ainda mais os ânimos e complicar a solução para a violenta crise na Bolívia.
Nesta última sexta-feira (22), o Ministério Público (MP) abriu o processo contra Morales a partir de uma denúncia apresentada pelo ministro do Governo (Interior), Arturo Murillo, conforme apuração do G1.
O funcionário foi ao tribunal com um áudio como prova. Na gravação revelada na quarta-feira, Morales é supostamente ouvido dando instruções a um plantador de coca para cercar as cidades e interromper o fornecimento de alimentos, bloqueando estradas.
“Estamos pedindo a penalidade máxima por sedição e terrorismo”, afirmou Murillo.
O ex-presidente de 60 anos enviou um tuíte no dia anterior, denunciando os planos do governo Jeanine Áñez de envolvê-lo em um “julgamento internacional” baseado em uma “montagem”.
Já o procurador-geral, Juan Lanchipa, disse que pedirá ao Ministério das Relações Exteriores que “informe as autoridades mexicanas do início da investigação” contra Morales, que em princípio seria investigado sem jurisdição especial, na condição de ex-presidente.
Se um julgamento for adiante, ele pode receber sentença de 30 anos de prisão. O ministro Murillo também denunciou o ex-ministro Juan Ramón Quintana, um ex-homem forte do antigo governo, pelas mesmas acusações. Seu paradeiro é desconhecido.