Uma medalha para quem fez história. Os atletas militares do Brasil que conquistaram um lugar no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 receberam na tarde do último sábado (9), na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, a Medalha do Mérito Desportivo Militar em cerimônia realizada pelo Ministério da Defesa, que contou com a presença do ministro do Esporte André Fufuca.
As duas pastas mantêm o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), que beneficia hoje 542 atletas. A política incorpora, em caráter temporário, esportistas proeminentes às Forças Armadas, tendo direito a salário, utilização das estruturas dos centros de treinamento, assistência médica, 13º salário, entre outros benefícios.
“O PAAR é uma parceria de longa data que mantemos com as Forças Armadas. Para ter uma ideia de sua importância: quando diversos atletas não puderam arcar com suas despesas no esporte durante a pandemia, foi o programa que os manteve. É uma ação consolidada que traz resultados positivos no que diz respeito ao esporte de alto rendimento, como pudemos ver no Pan de Santiago 2023”, comentou o ministro André Fufuca.
Das 205 medalhas que estabeleceram a melhor campanha brasileira na história do Pan, 99 (48%) foram conquistadas por cerca de 62 atletas militares, condecorados sob uma sensação de gratidão mútua, como avaliou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
“Essas medalhas significam a gratidão da sociedade por eles (atletas) representarem aquilo que nós desejamos: a disciplina, o respeito, a educação. E eles prestam continência na hora em que recebem as medalhas no pódio também com um sentimento de gratidão à sociedade brasileira, que ajuda para que eles tenham chegado até aqui e ao governo brasileiro que os tem apoiado”, avaliou Múcio.
Além do PAAR, o Bolsa Atleta – maior programa de incentivo esportivo do mundo – tem colaborado para que o ano dos atletas brasileiros que recebem o benefício feche com balanço positivo, mesmo que a temporada comece com surpresas indesejadas, a exemplo da velocista Tiffany Marinho, que se lesionou ainda nos treinos para o GP do Chile no início do ano.
“Tinha treinado para a prova, estava com a expectativa muito alta, mas tive uma lesão inesperada na posterior, mas a gente foi tratando, se cuidando, consegui concluir uma temporada que não foi excelente, mas foi boa”, avaliou a atleta, que não só se recuperou como voltou ao Chile em novembro para ser bronze no revezamento 4x400m feminino e prata no 4x400m misto. “No final, a gente se une e dá tudo certo. Ano que vem temos um ano promissor e a gente já começou a corrida olímpica com garra e foco no objetivo”, destacou Tiffany, que recebe Bolsa Atleta Olímpica.
Participante do PAAR, a ginasta Jade Barbosa avaliou a importância do programa para ela e para o esporte brasileiro. “É difícil colocar em palavras. Eu tô muito realizada com o ano de 2023 e certa de que foi um dos melhores anos para a nossa ginástica dos últimos tempos. Falo por mim, medalhista pan-americana, mundial, brasileira e por todas, porque estamos classificadas para Paris 2024, algo que a equipe toda queria e conseguimos graças a todo este apoio. Quem diria há 20 anos, quando comecei, que a gente teria tudo isso”, concluiu Jade.