O Ministério da Saúde assinou nesta sexta-feira (12) o contrato para compra de 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya. O imunizante russo vem ganhando grande espaço no cenário internacional.
Segundo cronograma previsto pela pasta, serão inicialmente 400 mil doses entregues ao governo federal até o final de abril; 2 milhões no fim de maio e 7,6 milhões de doses em junho. A vacina será desenvolvida pela farmacêutica brasileira União Química.
“Agora, para que possamos efetivamente aplicar a Sputnik em nossa população e realizar os pagamentos após cada entrega de doses dessa vacina, só necessitamos que a União Química providencie com a Anvisa, o quanto antes, a autorização para uso emergencial e temporário”, disse Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde.
O imunizante ainda não tem autorização para uso no país, assim como as vacinas da Pfizer/BioNTech — o Brasil ainda não tem acordo de compra da vacina — e da Oxford/AstraZeneca, que conseguiram uso definitivo, e a CoronaVac, que tem uso emergencial aprovado desde janeiro.
De acordo com o ministério, a União Química afirmou que pretende fabricar o imunizante no Brasil, em São Paulo e no Distrito Federal.
Ainda segundo a pasta, a possibilidade de produção 100% nacional será avaliada pelo Ministério da Saúde nas próximas semanas e pode levar à concretização de outro acordo comercial.
Sputnik V
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra o coronavírus, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.
A vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.
A Sputnik V virou um sucesso de exportação da mesma forma, com uma campanha agressiva de venda promovida pelo Fundo de Investimento Direto Russo, que bancou seu desenvolvimento e produção no tradicional Instituto Gamaleya, de Moscou.
A Lancet já havia publicado os estudos de fase 1 e 2, e agora dá uma chancela diplomática importante para o imunizante. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está demandando mais informações acerca da Sputnik V para analisar seu pedido de uso emergencial.