Ao apresentar dados que mostram surpresas positivas na atividade, Vieira ponderou que a pasta não vai adiantar previsões da sua grade de parâmetros, destacando que os modelos de projeções do ministério ainda não foram colocados para rodar com as novas informações.
A estimativa atual do governo aponta para um crescimento de 1,5% no PIB de 2022. A próxima previsão será apresentada pela Secretaria de Política Econômica da pasta apenas em julho.
“A gente não adianta revisões da grade de parâmetros porque tem todo um processo, mas o dado (do trimestre) foi bom, foi melhor do que a gente esperava, e os dados para o segundo trimestre sinalizam que a economia vai andar bem também”, disse Vieira.
Na avaliação do chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos da pasta, Rogério Boueri, embora haja risco de o aperto monetário implementado pelo Banco Central segurar a atividade, o Ministério da Economia não acredita em possibilidade de reversão forte dos dados ou de recessão à frente.
De acordo com Boueri, mesmo que o PIB não tenha novos crescimentos adicionais a partir de agora, apenas o efeito de carregamento fará com que a atividade do país cresça aproximadamente 1,5% no fechamento deste ano.
“As projeções feitas pela Secretaria de Política Econômica não foram otimistas demais. Elas estavam acima das previsões do mercado e, mesmo assim, se mostraram abaixo do PIB realizado”, afirmou, destacando que a SPE previa uma alta de 0,8% no PIB do primeiro trimestre.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os últimos três meses de 2021, mostrando aceleração em relação ao fim do ano passado.
Os técnicos do ministério afirmaram ainda que o recuo de investimentos nos primeiros três meses do ano revelado pelos dados do PIB não representa um dado totalmente negativo. Isso porque, segundo eles, a queda refletiu o impacto da desorganização de cadeias com a guerra na Ucrânia e a onda de Covid-19 na China, mas dados já mostram forte recuperação em março.
Vieira ressaltou que a pasta acredita na força do investimento no país no segundo semestre porque indicadores de confiança da indústria também estão em trajetória de alta.