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sexta-feira 8 de abril de 2022 às 09:46h

Mineração continua avançando em 2022 na Bahia

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Conhecida pela sua grande diversidade mineral, a Bahia também é uma importante produtora de ouro do país. O estado, atualmente, ocupa a quarta posição na produção desse metal, que apenas em 2021, gerou uma arrecadação de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) de mais de 30 milhões de reais, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). A expectativa é que os números sejam ainda maiores em 2022 com o início das operações da Equinox Gold, em Santaluz.

Para este ano, a Equinox Gold estima uma produção de 70 a 90 mil onças de ouro, levando em consideração que se trata de um ano parcial de produção. A expectativa é que o projeto Santaluz produza anualmente 100 mil onças, o que equivale a mais de três toneladas de ouro. No final do mês de março, a empresa realizou a sua primeira fundição de ouro do circuito de resina e eluição, mais uma grande etapa da fase de comissionamento, iniciada em fevereiro, e da preparação para o início da operação e produção comercial do ouro.

“Parabéns à equipe de Santa Luz e aos contratados por alcançarem esse marco significativo. Concluir a construção com segurança, no prazo e no orçamento, apesar dos desafios adicionais da pandemia COVID-19, é uma prova do trabalho árduo e dedicação da equipe ao projeto. Também estamos comemorando a conquista de Três milhões de horas de trabalho sem perdas por acidentes”, destaca o CEO da Equinox Gold, Christian Milau.

Em mina de propriedade da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a área tem potencial de expansão a partir de oportunidades de desenvolvimento subterrâneo e várias metas de exploração dentro do Greenstone Belt que se estende entre Santaluz e a Mina Fazenda, em Teofilândia. Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, o início das operações da Equinox Gold, na Bahia, será de grande importância para o desenvolvimento da mineração no estado e também para ampliar cada dia mais a importância da Bahia na produção nacional de ouro.

“A Bahia é um estado com uma grande diversidade mineral. Em 2021 registramos a produção de 43 tipos de minérios diferentes e sem dúvida o ouro tem um destaque muito importante. O início da produção trará resultados importantes para o nosso estado e ficamos ainda mais contentes porque tudo isso só foi possível graças ao trabalho árduo de pesquisa realizado pela CBPM, que hoje é a única empresa de estado, responsável por pesquisa mineral no país”, ressaltou Tramm.

Além do início da operação da mina em Santaluz, a ampliação da produção de ouro da Yamana Gold também impactará positivamente na produção baiana. Com a expansão, a Planta Metalúrgica, em Jacobina, passa a ter um aumento da sua capacidade de produção de 7.500 toneladas por dia para 8.500 toneladas por dia ainda em 2022.

Mineração baiana em desenvolvimento

Além da expansão na produção de ouro, a mineração baiana está se desenvolvendo e com a previsão de alcançar novos patamares ainda em 2022. O estado, que de acordo com dados na ANM, foi o que mais investiu em pesquisa mineral nos anos de 2019 e 2020 – levando em consideração investimentos públicos e privados – está colhendo os frutos de todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos.

Um dos projetos que promete ganhar ainda mais destaque, devido à crise de fertilizantes no país, são os remineralizadores. A técnica consiste em aplicar ao solo rochas moídas compostas por minerais que contribuem para a melhoria da fertilidade do solo, possibilitando seu rejuvenescimento. Empresas baianas já atuam no mercado e essa pode ser uma boa alternativa para diminuir a dependência brasileira da importação de fertilizantes e também uma boa opção para a destinação dos resíduos da mineração.

Além dos remineralizadores, os investimentos na Bahia crescem a cada dia, seja na ampliação e tecnologia do processo produtivo. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), mais de 70 bilhões estão previstos para serem investidos durante o período de 2021 a 2025. Alguns dos investimentos em execução e previstos são em melhorias nos projetos já existentes para o aumento da produção e também na implantação de novas áreas produtoras.

Um dos exemplos é a Largo, produtora de vanádio no município de Maracás, que divulgou um plano de investimentos na Bahia, até 2032, na ordem de U$$590 milhões. Grande parte do orçamento (U$$360 milhões) será destinado à construção de uma fábrica de pigmentos de titânio, a ser instalada no Pólo Industrial de Camaçari. A outra parte (U$$230 milhões) será utilizada na expansão da produção de vanádio para baterias, das atuais 12 mil toneladas, por ano, para 15.900 toneladas, a partir de 2030, com boa parte dessa produção voltada para o segmento de baterias dos veículos elétricos (EV).

Outro destaque, é a Ero Brasil, antiga Mineração Caraíba, produtora de Cobre nos municípios de Jaguarari, Juazeiro e Curaça, que investirá US$ 94,5 milhões para expansão de capacidade e melhoria de operações; Engenharia (obras), máquinas e equipamentos para aprofundamento das minas subterrâneas de Pilar e Vermelhos; E a reabertura da mina a céu aberto de Surubim. A Ero Brasil ainda indica investimentos adicionais em pesquisa mineral no Vale do Curaçá: de US$ 35 milhões/ano.

No entanto, além dos investimentos na produção, a logística também é essencial para o desenvolvimento não apenas do setor, mas da economia baiana como um todo. Com o avanço das obras da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que tem previsão de conclusão para 2026, as perspectivas do setor para os próximos anos são, ainda, mais animadoras, principalmente por viabilizar o transporte de cargas como o minério de ferro para o Porto Sul em Ilhéus, que também está em construção.

De acordo com o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, todos esses avanços e investimentos irão colocar a mineração baiana em um outro patamar, melhorando cada vez mais a economia do estado como um todo e dos municípios e das pessoas onde tem mineração.

“A mineração está presente em mais de 50% dos municípios baianos, e é uma atividade que além de gerar muitos empregos diretos e indiretos, paga mais que outros setores, como o comércio, por exemplo. O avanço da mineração nos últimos anos é muito evidente. Saímos do quinto colocado da lista de maiores produtores minerais, fomos para o quarto lugar e encerramos 2022 como o terceiro maior produtor do país, sem dúvida essa é uma grande vitória para o nosso estado”, destacou Tramm. Este conteúdo tem apoio institucional da CBPM e WWI e oferecimento da Mineração Caraíba.

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