O militar americano Jack Teixeira, de 22 anos, que foi acusado de vazar documentos ultrassecretos do Pentágono na internet, declarou-se culpado nesta última segunda-feira (4). Jack e sua defesa fizeram um acordo, no qual o indiciado aceitou uma pena de prisão de mais de 16 anos em troca da retirada de acusações de espionagem mais graves.
Teixeira declarou-se culpado em Boston de seis acusações de divulgação intencional de informações sobre defesa nacional, mas, pelo acordo fechado entre os promotores e seus advogados, ele não enfrenta acusações de espionagem.
Em contrapartida, Teixeira será sentenciado a até 16 anos e 8 meses de prisão, segundo o acordo, e terá que pagar uma multa de 50.000 dólares (R$ 247.000) e ajudar os funcionários de inteligência a compreenderem o alcance e o impacto de suas revelações feitas na plataforma de redes sociais Discord.
“Teixeira ignorou friamente a segurança nacional dos Estados Unidos e traiu seu juramento solene de defender o país e a confiança do povo americano”, declarou o vice-procurador-geral de Massachusetts, Matthew Olsen.
Quando o juiz principal lhe perguntou se tinha alguma objeção em relação às provas, Teixeira disse que não. Quando perguntado se sabia que os documentos eram classificados, respondeu: “Sim, meritíssimo”.
Teixeira, que atuava na Guarda Nacional Aérea como especialista em informática e comunicação na base de Cape Cod, perto de Boston, foi preso em abril do ano passado por supostamente orquestrar o vazamento mais prejudicial de documentos reservados dos Estados Unidos em uma década.
Os vazamentos revelaram, em especial, as preocupações dos serviços de inteligência dos Estados Unidos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas. Também sugeriam que Washington coleta informações classificadas sobre seus aliados mais próximos, como Israel e Coreia do Sul.
Matthew Olsen ressaltou que “as revelações ilegais afetaram a capacidade do serviço de inteligência, comprometeram fontes e métodos e cegaram os Estados Unidos diante das ameaças de nações hostis e grupos terroristas”.
Teixeira foi preso em 13 de abril, em uma operação dramática, transmitida ao vivo pela TV. Se tivesse enfrentado acusações sob a Lei de Espionagem, poderia ter sido condenado à prisão perpétua.