O milho nesta safra 2022/23 deverá ser responsável de acordo com o Canal Rural, por quase 40% da produção brasileira de grãos. O grão que antes era semeado para compor a renda do produtor e ajudar nos custos, hoje ultrapassa a produção de soja em alguns estados, como é o caso de Mato Grosso, se tornando fundamental para o produtor.
Dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), divulgados em junho, apontavam uma produção de grãos no Brasil de 315,8 milhões de toneladas. Somente em milho, somando as três safras da cultura, 125,7 milhões de toneladas são previstas, das quais 96,3 milhões apenas na segunda safra.
Os desafios para o milho no curto prazo e as perspectivas políticas para o agro marcam a Abertura Nacional da Colheita do Milho Segunda Safra nesta quarta-feira (12) no município de Cláudia, em Mato Grosso. O evento marca oficialmente a colheita do cereal no país.
A abertura será realizada na Fazenda Jaqueline, do produtor mato-grossense Zilto Donadello. O evento integra a programação do Projeto Mais Milho, realizado pelo Canal Rural em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
O projeto está em sua sétima temporada e, de acordo com o diretor-executivo da Abramilho, Glauber Silveira, em setembro se inicia uma nova temporada acompanhando a cultura desde a sua primeira safra.
“Quando começamos esse projeto estávamos como hoje. Só que na época o milho não valia muita coisa e haviam dificuldades. E, depois na próxima safra a coisa já melhorou. O Mais Milho é para mais produtividade, mais rentabilidade, mais eficiência do produtor”.
Anfitriões do evento, proprietários da Fazenda Jaqueline, os produtores Zilto e Jaqueline Donadello destacaram ser uma grande satisfação receber na propriedade o evento de abertura da colheita de milho e mostrar a importância do cereal, que é o grão mais consumido no Brasil.
Importância para o Brasil e Mato Grosso
Em Mato Grosso as projeções apontam uma produção recorde de 50,15 milhões de toneladas de milho, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em produtividade são estimadas média de 112 sacas por hectare. Em alguns municípios, inclusive, como Nova Mutum e Sorriso, já é possível ver cereal à céu aberto por falta de espaço nos armazéns.
“Mato Grosso produzir 40% do milho brasileiro não é para qualquer um. A importância de termos esse projeto é para impulsionar a cultura, discutir e tentar vencer os gargalos da atividade”, frisou o presidente da Abramilho, Otávio Canesin.
Para o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, é um orgulho falar de Mato Grosso e da dedicação do produtor rural, em especial no curto prazo com o milho.
“O produtor é um vencedor. Temos problemas, mas estamos buscando meios para solucionar, como armazenagem e preço. Hoje ocupamos 60% da área destinada para a agricultura em Mato Grosso com o milho e podemos chegar a 80%”.
O milho, conforme o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, é motivo de orgulho para Mato Grosso.
“Ele veio para compor a renda e ajudar nos custos e hoje se tornou fundamental e ultrapassou a soja. Mas, temos hoje muita preocupação com a viabilidade da próxima safra. Talvez o momento para a próxima safra seja de cautela. Não existe viabilidade sem rentabilidade”.