Milhares de manifestantes tomaram as ruas das principais cidades da Colômbia para protestar contra o projeto de reforma tributária do governo esquerdista de Gustavo Petro, em meio à forte desvalorização da moeda local.
Vestidos de branco e agitando bandeiras tricolores, os colombianos se manifestaram contra Petro, que tomou posse em 7 de agosto como primeiro presidente de esquerda do país.
“Pedimos hoje ao governo que leve em conta o setor produtivo do país, que entenda que a reforma tributária da forma como está sendo feita não é necessária”, disse à AFP o empresário Álvaro Aparicio, 58, durante a manifestação em Bogotá.
Com demandas semelhantes, manifestantes percorreram ruas de Cali (sudoeste), Barranquilla (norte) e Medellín (noroeste), entre outras cidades.
O Congresso discute um projeto de reforma tributária apresentado pelo governo que pretende cobrar mais impostos das classes altas para financiar seus programas sociais contra a pobreza e a desigualdade. Enquanto isso, o país vive os efeitos da inflação global e de uma desvalorização histórica da moeda local em relação ao dólar. O desemprego atinge 10,6% da população economicamente ativa.
Petro conquistou pouco mais da metade do eleitorado colombiano com uma bateria de reformas ambiciosa, que inclui uma mudança fiscal, frear a exploração de petróleo e distribuir terrenos férteis entre camponeses sem terra.
O ex-presidente de direita Iván Duque (2018-2022) enfrentou protestos em massa em 2019, 2020 e 2021. O mais sangrento ocorreu no ano passado, quando o então presidente tentou taxar a classe média para lidar com os estragos da pandemia, o que provocou manifestações violentas, que duraram dois meses e deixaram 46 mortos, entre civis e policiais, segundo a ONU.