Um bate-boca entre o presidente da Argentina, Javier Milei, e a ex-presidente Cristina Kirchner tomou conta das redes sociais. Tudo por causa de um aumento dado ao próprio salário de Milei e retirado após denúncias da oposição.
Uma deputada da oposição apontou segundo Leonardo Meireles, do Metrópoles, que o presidente havia assinado um aumento para os membros do Poder Executivo de 48%. Ele, então, reconheceu e voltou atrás na alteração. Mas explicou que era um “aumento automático” e colocou a culpa em Kirchner.
“Acabo de ser informado que, em decorrência de um decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública, foi concedido um aumento automático aos quadros políticos deste governo”, escreveu o presidente em uma rede social.
No fim de sábado (9), publicou conforme o portal Metrópoles, outra nota em que retira o aumento. Veja:
Milei retira o aumento que tinha dado
Milei: “Conosco, os perdedores serão os políticos”
O presidente argentino reafirmou que não era responsável pelo decreto e, mais uma vez, apontou as armas para a oposição e os peronistas. “A cada dia que passa encontramos uma nova norma que favoreceu os políticos e prejudicou os argentinos. Conosco, os perdedores serão os políticos”, escreveu.
O problema é que o aumento salarial, nesse caso, veio do Decreto 206/24, que ele assinou em 28 de fevereiro com o chefe da Casa Civil, Nicolás Posse, e a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello.
Em dezembro, o líder do Executivo tinha um salário bruto de 4 milhões de pesos (algo em torno de R$ 35 mil). No mês passado, o vencimento passou para 6 milhões de pesos (cerca de R$ 35 mil). Ao mesmo tempo, ele criticou pesadamente o aumento dado pelo Senado e a Câmara aos parlamentares.
Cristina Kirchner respondeu rapidamente, também por meio das redes sociais. “Acontece que você e seus funcionários aumentaram seus salários em 48%, e não consegue pensar em desculpa melhor do que me culpar por um decreto que assinei há 14 anos?”, publicou.
“Admita que você assinou, pagou e foi pego“, acusou a ex-presidente em outro post.