A costura política que estava em andamento para que Rogéria, mãe de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, fosse a primeira suplente na chapa de Romário (PL-RJ) ao Senado nas eleições deste ano implodiu e o motivo disso tem nome de acordo com a coluna de Juliana Dal Piva, no UOL: Michelle Bolsonaro. Assim que soube da possibilidade, a primeira-dama torceu o nariz e auxiliares do presidente relataram que ele não fará contestação ao veto da atual mulher. Segundo relatos de interlocutores do presidente feitos à coluna, Jair Bolsonaro disse que “não quer esse problema”.
A ideia de lançar Rogéria como suplente de Romário veio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) há algumas semanas. A opção foi revelada em uma reportagem do jornalista Gabriel Saboia, no jornal O Globo. Na análise do primogênito de Bolsonaro, a opção pela mãe dos três filhos mais velhos do presidente poderia mostrar proximidade do ex-jogador junto ao clã e se contrapor às críticas que são feitas a Romário. Entre os bolsonaristas mais radicais, há a defesa de lançar o deputado federal Daniel Silveira (PL-RJ) para a vaga no Senado.
No entanto, devido à oposição de Michelle, o nome de Rogéria já está descartado na chapa de Romário e o PL discute outras opções.
A coluna de Juliana Dal Piva, no UOL, apurou que essa não é a primeira vez que a primeira-dama se opõe a uma candidatura da primeira mulher de Bolsonaro dentro do partido em que o presidente está filiado. Em 2018, teria ocorrido movimento semelhante. Tanto que ela se filiou ao PSL, mas acabou não concorrendo a nenhum cargo.
Rogéria já foi vereadora por dois mandatos (1993-2000) e deixou a Câmara Municipal em 2001, após a separação de Bolsonaro. Na ocasião, ela perdeu a eleição e Carlos obteve seu primeiro mandato como vereador, aos 17 anos. O período eleitoral foi conturbado, já que Bolsonaro incentivou a candidatura do filho justamente em função do divórcio com Rogéria, quando passou a viver com Ana Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher de Bolsonaro.
Depois de 2001, Rogéria não disputou outros cargos. Em 2020, ela se filiou ao Republicanos e disputou novamente uma vaga na Câmara Municipal, mas não conseguiu se eleger. Obteve 2.034 votos.
Rogéria, porém, não é a única a sofrer oposição. A advogada Ana Cristina Valle também enfrenta barreiras. Por isso, segue caminho fora dos partidos de Bolsonaro. Em 2018, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos e neste ano pretende concorrer a deputada distrital no DF. Desta vez, vai pelo PP.