terça-feira 7 de janeiro de 2025
Eduardo e Michelle Bolsonaro, com Valdemar ao fundo (à dir.): divisão desigual de forças no PL — Foto: Cristiano Mariz/Ag. O Globo
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segunda-feira 6 de janeiro de 2025 às 07:01h

Michelle Bolsonaro deve ampliar agenda e eventos neste ano com foco em 2026

DESTAQUE, ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


Uma das principais cabos eleitorais do PL nas eleições municipais de 2024, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ter uma agenda turbinada com eventos e viagens pelo país neste ano, para tentar segundo Gabriel Sabóia, do O Globo, se cacifar com um dos principais nomes da oposição em 2026. O plano do partido é lançá-la ao Senado, mas há quem defenda voos mais altos, como integrar uma chapa presidencial.

Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030, a legenda ainda não definiu a estratégia que adotará para tentar voltar ao poder. O ex-presidente afirma ser ele o candidato, mesmo que não consiga recuperar os direitos políticos, e já declarou que a mulher não tem a intenção de concorrer. O nome da primeira-dama, contudo, costuma ser lembrado nos bastidores como opção, seja como cabeça de chapa ou como vice em uma eventual candidatura aliada.

Já a ideia de tentar lançar Michelle ao Senado tem como pano de fundo a intenção do partido de aumentar a bancada de oposição na Casa. Um dos objetivos é reforçar o enfrentamento a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos principais alvos do bolsonarismo. Cabem aos senadores avaliar eventuais pedidos de impeachment dos magistrados.

Michelle deve ser candidata pelo Distrito Federal, que em 2022 elegeu Damares Alves (Republicanos-DF) ao Senado. A avaliação no PL é de que ela não deverá ter dificuldades para se eleger, uma vez que em 2026 serão duas vagas em disputa. O atual governador, Ibaneis Rocha (MDB), também já declarou a intenção de se tornar senador, mas não vê a ex-primeira-dama como concorrente. Ele acredita que os dois podem ser eleitos.

Cronograma neste mês

Para se manter em evidência, Michelle deve intensificar em 2025 as viagens do PL Mulher, grupo que coordena no partido. Também haverá ênfase em eventos no Distrito Federal, como forma de preparar terreno para a corrida ao Senado.

A ex-primeira-dama também deve coordenar atividades da ala feminina com eventos promovidos pelo enteado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se tornou uma espécie de “chanceler” do PL.

De acordo com o secretário-geral do PL, o senador Rogério Marinho (RN), o partido definirá um cronograma de trabalho para Michelle em janeiro.

— Faremos um encontro das lideranças, no qual a primeira-dama Michelle definirá seus objetivos à frente do PL Mulher, já com olhos no seu futuro político. Michelle é mais do que uma figura representativa do PL. Hoje, ela é uma porta-voz dos nossos valores e conta com a nossa confiança para comandar a ala feminina do partido, ela tem total autonomia — afirmou Marinho.

Entre aliados, há o receio de que a ex-primeira-dama acabe sendo atingida pelas investigações da Polícia Federal que envolvem Bolsonaro e seu entorno.

Michelle não foi indiciada no inquérito que apura suspeitas de uma trama golpista no fim do governo passado. Mas no inquérito que trata sobre a venda de joias presenteadas à Presidência da República durante a gestão Bolsonaro, a ex-primeira-dama chegou a ser investigada. A PF concluiu não haver provas que ela tinha conhecimento sobre as negociações.

Durante a apuração, Michelle admitiu que um kit de joias masculinas dado de presente pelo governo da Arábia Saudita foi entregue no Palácio da Alvorada, mas negou que tivesse recebido os acessórios em mãos.

Vida “independente”

O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ), avalia que a ex-primeira-dama alçou voo independente de Bolsonaro por sua atuação em 2024. Para ele, Michelle se tornou a principal líder feminina do partido e terá como objetivo lançar outras mulheres na política.

— Michelle não se restringe a pedir votos. Hoje ela é consciente de que é necessário formar lideranças locais, sucessoras que levarão os valores do PL adiante. Ela tem uma vida política independente do Bolsonaro, fala por si própria, e isto é refletido em cada evento do partido — disse Altineu.

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