A primeira-dama Michelle Bolsonaro vai estrelar na noite desta quinta-feira (15) uma nova versão da propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) que associa segundo publicou o Estadão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à criminalidade. Sem conseguir melhor seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto que colocam o petista à frente na preferência do eleitorado, Bolsonaro volta a usar Michelle que aparece no programa eleitoral sugerindo, indiretamente, que Lula incentiva o tráfico de drogas.
A propaganda é marcada por uma fala em que Lula diz que “não pode mais ver jovens de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela política, às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular”. Em seguida, populares repudiam a fala de Lula e dizem temer “ladrões”.
A montagem exibe na sequência Bolsonaro e o candidato a vice-presidente, general Braga Netto (PL), defendendo políticas de segurança pública. Eles afirmam que o governo deu um “duro golpe” no crime organizado, com apreensões de entorpecentes.
Michelle, então, diz que os números de queda dos assassinatos “são frios” e que em verdade são pessoas que puderam viver. “As drogas destroem lares inteiros. Não é certo incentivar, o certo é combater”, afirma a primeira-dama.
No fim do programa, eleitoras dizem que não votariam em Lula. Uma delas aparece dizendo: “Nunca votaria num ladrão, nunca, nunquinha”. Diferentes edições do filme publicitário bolsonarista já foram exibidos pela campanha à reeleição, como parte do programa no horário eleitoral e em inserções de 30 segundos na programação.
A primeira versão do filme circulou em 6 de setembro, véspera das mobilizações bolsonaristas que pegaram carona no bicentenário da Independência. O PT recorreu à Justiça Eleitoral para pedir direito de resposta.
A defesa do candidato petista afirmou na ocasião que a propaganda de Bolsonaro extrapolou o direito de crítica política e adentrou no campo da ofensa contra Lula. Para os advogados, a propaganda do concorrente descontextualizou uma de Lula “com a finalidade de transmitir ao espectador um estado emocional de que seria o ex-presidente conivente com a marginalidade do País”.