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quinta-feira 7 de setembro de 2023 às 12:10h

“Meu pai entra na história pelo legado dele”, diz filho de Raimundo Varela

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O maior comunicador da Bahia. É assim que o filho Gel Varela pensa no pai, Raimundo Varela, e tem certeza conforme Carol Neves, do jornal Correio, que é como ele será lembrado por muita gente. “Não tenho nenhuma dúvida disso, meu pai fez uma trajetória de herói, um suburbano, toda família de professor, tinha poder no braquial, como diz, na magia da voz, de poder falar as coisas do jeito dele e esse jeito penetrava bem a comunidade. Tenho muito orgulho dessa obra de meu pai”, diz. “Meu pai entra na história pelo legado dele, de luta, de enfrentamento, de combater as injustiças e sensibilizar os poderosos”. O apresentador morreu aos 75 anos, nesta quinta-feira (7). “A vida tem seus limites, descansou, a gente orou muito”, acrescenta.

A causa da morte não foi divulgada, mas Varela vinha enfrentando problemas de saúde. “Ele estava internado há alguns dias na Clínica Florence de reabilitação, em Nazaré”, conta o filho. Ele lembra que Varela teve muito temor durante a pandemia de covid-19, quando passou a se isolar, e enfrentou as consequências. “Meu pai era bitransplantado, tinha muito receio de pegar o vírus, que para ele seria fatal, na cabeça dele. Ele se isolou dentro de casa, fazendo programa de casa, se esforçando. Mas isso também acarretou que ele foi perdendo musculatura porque ficou muito parado. Há 17 anos bitransplantado, é o cara mais longo com dois transplantes. Teve merecimento espiritual desse alongamento, mas estava vivendo essa luta”, diz Gel, conforme o Correio.

O filho lembra com orgulho a trajetória do pai, que ele foi “desbravando” e vendo a vida dar mais oportunidades. Nascido em Itabuna, Varela veio criança para Salvador e se criou em Paripe, em uma família de professores. “Ele teve envolvimento com esporte, futebol, foi gerente de compras da Concisa, em Paripe. Foi presidente do Paripe Esporte Clube. Sempre foi envolvido com a questão de envolver a sociedade”, avalia Gel. “Sempre foi um lutador, era intolerante à injustiça, isso movia ele”.

Quando ele entrou na comunicação, se encontrou. Primeiro, via rádio e depois passando também para a TV, misturando as duas linguagens. “Ele levou o rádio para a TV”, avalia Gel. “O cartão, as expressões, as tiradas dele, os personagens dele. O Bostético, o senhor Esclebialtes”, elenca.

O apresentador era extremamente dedicado ao trabalho, conta o filho. “Deixou de viver muitas coisas para se dedicar ao trabalho”, lembra, dizendo que isso às vezes gerava mágoas na família. ” A vida dele era isso, a TV Itapoan tem a alma de meu pai grudada nas paredes. Muitos anos lá, na Rádio Sociedade”. Mas problemas são normais em família, diz Gel, que elogia Varela como pai. “Eu agradeço o pai que tive”.

Gel, que tem uma forte semelhança com o pai, diz que costuma ser abordado por pessoas que elogiam Varela. “Sou músico, professor, palestrante, ando Salvador inteiro e as pessoas têm carinho grande por ele”, diz.

Envolvido desde cedo com esporte, Varela era torcedor do Bahia “mas ficava fingindo que era Ipiranga”, conta o filho. “Quando era pequeno ele me botava no pescoço e a gente ia ver jogo na Fonte Nova”, lembra. Depois que ele passou a se envolver com futebol, isso mudou e ele adotou o Ipiranga. “Um time que não vai ter opositor”, ri Gel.

Nos últimos anos, Varela vivia isolado. “Meu pai se isolou muito nos últimos anos, desses três anos para cá se isolou mais ainda. Não ia para lugar nenhum. Pergunta se alguém viu Varela no shopping em dez anos? Era do trabalho para casa, casa para trabalho. O sujeito Varela pagou um preço pelo personagem. O personagem cresceu muito. Então o indivíduo às vezes fica refém”, analisa.

Além do apartamento em Salvador, Varela mantinha uma casa na Ilha de Itaparica, onde costumava encontrar o filho. Ele tinha uma lancha e gostava da travessia. “Mas sempre muito reservado”, acrescenta Gel.

Varela deixa sete filhos, frutos de quatro relacionamentos diferentes.

O corpo do apresentador será velado no Cemitério Jardim da Saudade, a partir das 13h de hoje, com cremação às 16h.

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