Um surto de HMPV (Metapneumovírus Humano), um vírus respiratório que provoca febre, tosse e congestão nasal, trouxe preocupação após uma rápida preocupação em algumas partes da China. Na segunda-feira (6) a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que está em contato com as autoridades locais. O governo de Pequim descarta a possibilidade de uma nova pandemia.
Conforme as autoridades chinesas, a intensidade e escala da doença permanecem baixas em comparação com anos anteriores. O país afirmou que está implementando um novo protocolo de monitoramento em resposta aos casos.
De acordo com a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, a circulação do HMPV ocorre todos os anos, principalmente na época do inverno, que em países do hemisfério norte, como a China, vai de dezembro a fevereiro.
Segundo a médica, não existem vacinas e as medidas de prevenção consistem em distanciamento de pessoas doentes, uso de máscaras e higienes das mãos. “Não existe um antiviral específico e o tratamento para o paciente em casa consiste em [medicamentos] sintomáticos, repouso e hidratação”, explica.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001 por um grupo de pesquisa na Holanda, embora já tenha circulado antes disso, e foi identificado no Brasil em crianças menores de três anos em Sergipe, em 2004. As mutações do vírus são mais estáveis e raras do que as da Covid-19.
Emy Gouveia aponta que a doença se transmite a partir das vias aéreas e contato com secreções contaminadas. O período de incubação do vírus varia de cinco a nove dias. “Análises de sorologia mostram que a maioria das crianças até os cinco anos de idade já tenham tido contato com a doença”, comenta a médica.
A infectologista acrescenta que o HMPV pode exacerbar ou piorar quadros de doenças pulmonares pré existentes e é mais preocupante em crianças. “O metapneumovírus causa inflamação por tempo prolongado, hiperprodução de secreção e hiperplasia dos tecidos das vias áreas.”