A defesa do ex-presidente Lula segue tentando acessar a íntegra do acordo de leniência da Odebrecht. Na semana passada, os advogados enviaram um novo pedido à 13ª Vara Federal de Curitiba, no qual afirmam que, mesmo após a segunda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, há documentos do processo que seguem em sigilo.
Entre os dados que estão em segredo estão, segundo a coluna de Bela Megale, os documentos assinados entre a Odebrecht e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (Doj), responsável pela leniência com países estrangeiros, além da Procuradoria-Geral da Suíça, outra signatária da tratativa.
Em decisão tomada no início deste mês, o ministro Ricardo Lewandowski determinou que Lula tivesse acesso ao conteúdo da leniência, às correspondências entre a força-tarefa da Lava-Jato com países que participaram das tratativas e aos documentos relativos aos sistemas de pagamento de propinas da Odebrecht.
Os advogados do petista estão de olho na parte que traz as perícias feitas pela Polícia Federal nesses sistemas. Eles querem averiguar se os documentos têm indícios de terem sido adulterados antes de pararem nas mãos os investigadores. Procurado, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que o caso corre em sigilo e que não se manifestará.