Mergulhadores que buscavam o superiate afundado na costa da Sicília, em busca da filha adolescente do magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, encontraram um corpo nesta sexta-feira, informou um oficial da guarda costeira à AFP.
A filha de Lynch, Hannah, de 18 anos, era a última pessoa desaparecida após o iate de luxo de sua família afundar na costa da ilha italiana na manhã de segunda-feira, matando o empresário e outras cinco pessoas. A embarcação foi atingida por uma tromba d’água repentina e não conseguiu manter estabilidade.
Quem é Hannah Lynch?
Hannah pretendia estudar inglês na Universidade Oxford, informou reportagem do jornal The Times. Considerada uma aluna talentosa, ganhou um prêmio de inglês na Latymer Upper School, prestigiada escola particular onde foi aluna e que conta com Alan Rickman, Hugh Grant e Heston Blumenthal entre seus ex-estudantes. Por lá todos se disseram “incrivelmente chocados” com a tragédia. Amigos de Hannah a descrevem como uma jovem gentil, amável e inteligente, além de uma feminista convicta, ainda de acordo com o Times. Hannah tem uma irmã mais velha, de 21 anos, que estuda Física.
Um porta-voz da escola disse durante as buscas dos corpos: “Estamos todos incrivelmente chocados com a notícia de que Hannah e seu pai estão entre os desaparecidos neste trágico incidente, e nossos pensamentos estão com sua família e todos os envolvidos enquanto aguardamos novas atualizações.”
Com fortuna avaliada em US$ 650 milhões (R$ 3,5 bilhões), nos últimos anos o empresário foi notícia principalmente pelo processo judicial em um caso relacionado à venda da Autonomy para o grupo americano HP por US$ 11 bilhões (R$ 59,4 bilhões) em 2011.
Quantas pessoas foram resgatadas com vida?
Um dos fundadores da HP Autonomy, empresa de software empresarial, Lynch foi absolvido em junho de um grande julgamento de fraude nos Estados Unidos. A esposa dele, Angela Bacares, e outras 14 pessoas foram resgatadas com vida.
Saiba como era o superiate de luxo que afundou
O barco, um veleiro de luxo com bandeira do Reino Unido, tinha 22 pessoas a bordo. Batizado de Bayesian, o iate, que havia partido de Roterdã e feito um cruzeiro pelas águas do Mediterrâneo, entrando pelo estreito de Gibraltar, estava ancorado em frente ao porto de Porticello, no golfo da cidade de Palermo. Passaria a noite lá após navegar durante o dia ao largo das costas de Cefalù. O plano de seguir rumo às magníficas ilhas Eólias, no dia seguinte, foi interrompido por uma forte tempestade, que provocou a tragédia.
Segundo sobreviventes, o grupo foi convidado pelo magnata Lynch, dono da embarcação, e saiu de Londres para fazer a travessia de barco na Sicília. Todos eram colegas e colaboradores da empresa de Lynch.
A embarcação, que levava a bordo 10 tripulantes e 12 passageiros de nacionalidades britânica, americana e canadense, era conhecido por ter um dos maiores mastros do mundo, feito de alumínio e com 75 metros de altura. O superiate era oferecido para aluguel em seu site por até R$ 1,1 milhão por semana. Construído em 2008 pela empresa italiana Perini Navi, o barco podia acomodar 12 passageiros em quatro cabines duplas, uma tripla e uma suíte, além de ter acomodações para a tripulação.