De acordo com o IstoÉ, agentes do setor sucroenergético estão atentos às indefinições sobre a continuidade ou não da política de isenção dos impostos federais sobre os combustíveis para 2023, disse nesta segunda-feira análise do Cepea/Esalq.
Levantamento do Cepea indica que boa parte dos vendedores e compradores acredita na volta desses impostos, considerando-se o que se desenha em termos de gastos do novo governo –e, portanto, necessidade de receita.
Desde junho, o PIS/Cofins está zerado sobre etanol hidratado e anidro, além da gasolina, o que fez o biocombustível perder competitividade em relação ao combustível fóssil.
Na mesma ocasião, o ICMS foi limitado a 17% ou 18% na gasolina, acentuando a desvantagem do etanol desde então, uma vez que a alíquota do imposto estadual sobre o biocombustível já era mais baixa que a média incidente sobre a gasolina.
“Em termos de negócios, o cenário construído ao longo dos últimos meses culminou em movimentos pontuais, especialmente de etanol hidratado no mercado spot. Isso ocorreu em todos os Estados produtores, devido à perda de competitividade do biocombustível nas bombas frente à gasolina”, disse o Cepea, na análise.
“No caso do etanol anidro, porém, as vendas mais aquecidas da gasolina C nos postos favoreceram a demanda nas usinas”, acrescentou.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, já enviado para o Congresso Nacional, prevê uma renúncia fiscal total de 52,9 bilhões de reais pela União para manter a Cide e o PIS/Cofins zerados durante todo o ano sobre os combustíveis.
Mas, no caso de PIS/Cofins, a isenção dos tributos precisa ser aprovada pelo Congresso.
Apesar da incerteza, os preços se mantiveram praticamente estáveis nas usinas entre 21 e 25 de novembro, segundo o Indicador Cepea/Esalq. O etanol hidratado do Estado de São Paulo foi de 2,8094 reais o litro com ligeira queda de 0,07% ante o período anterior. Para o anidro, o indicador fechou a 3,2423 reais, representando um recuo de 0,88%.