Em meio à crise aberta com a possível troca do presidente da Petrobras, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse a interlocutores nesta sexta-feira (5) que não pode garantir a sua permanência no comando do banco de fomento.
Desde que se intensificaram os embates entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no início da semana, o nome de Mercadante ganhou força para assumir a petrolífera.
Nesta sexta-feira (5), Mercadante deu expediente normalmente na sede do banco, no centro Rio. Tem havido, inclusive, manifestações internas de apoio, por funcionários do banco, pela permanência de Mercadante.
A pessoas próximas, o petista manifestou que quer permanecer no BNDES, onde está há pouco mais de um ano, mas afirmou que a palavra final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que formalizou o convite para Mercadante assumir a presidência da Petrobras.
Mercadante e Prates têm boa relação e já conversaram sobre o tema, como mostrou ontem a colunista do Valor, Maria Cristina Fernandes.
A impressão de quem esteve com Mercadante nos últimos dias é que a substituição, se confirmada, pode se dar a curto prazo. Nesse cenário, o nome mais cotado para o lugar de Mercadante seria o do ex-ministro Barbosa, atualmente diretor de Planejamento do BNDES.
A possível ida de Mercadante para o BNDES preocupa o corpo técnico do BNDES, como mostrou o Valor na quinta-feira (4). Funcionários avaliam que a eventual saída do petista pode representar uma ruptura do que eles consideram um processo de retomada da instituição.
Fontes ouvidas pelo Valor também consideram que Mercadante, próximo a Lula e ministro da Casa Civil no governo Dilma, confere um “peso político” importante para o banco de desenvolvimento.
Internamente, outro temor é que o comando do BNDES seja entregue a indicados do “centrão”, mas o PT dificilmente abriria mão do comando do banco.