Com 469.986 unidades locais de empresas formais, menos de 1% das empresas na Bahia tinham mais de 250 funcionários – número considerado necessário para um negócio se enquadrar como grande empresa – em 2022. No total, eram 1.215 empresas desse tipo em território baiano, o equivalente a 0,26% de todas as unidades locais empresariais baianas. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2022, divulgados nesta última quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado pelo jornal Correio.
Apesar de serem minoria em quantidade de unidades, as grandes empresas são responsáveis pelos maiores salários pagos aos baianos. O segmento empresarial com a maior remuneração média mensal na Bahia, em 2022, era o de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. O setor, que empregava 24.427 assalariados, tinha um salário médio de R$ 7.171,73. Na sequência, vinham as seções de eletricidade e gás (R$ 6.981,02) e organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 5.360,93).
De acordo com Mariana Viveiros, supervisora de informação do IBGE na Bahia, essas altas remunerações se devem às características desse tipo de organização. “Essas poucas empresas grandes muitas vezes concentram mais pessoas, concentram os melhores salários e elas geram mais valor, e isso também faz parte de um cenário de economia concentrada. Principalmente em alguns setores, o setor industrial, por exemplo, onde isso está muito claro”, esclarece.
Ela acrescenta que a pouca quantidade de empresas grandes está ligada aos custos para sua manutenção. “Elas são mais desafiadoras, exigem capital, investimento e inovação mais do que as empresas pequenas. Elas são mais estáveis e geram mais valor em muitos segmentos, apesar de mostrarem um pouco essa questão da concentração. Mas é exatamente o oposto das pequenas”, analisa.
Segundo o levantamento, 92,5% ou 434.577 das 469.986 empresas em atividade eram microempresas (organizações com até nove pessoas ocupadas). As pequenas empresas (de 10 a 49 pessoas ocupadas) somavam 30.306, representando 6,4% do total, e as empresas de médio porte (de 50 a 249 pessoas ocupadas) eram 3.888, ou 0,8% das unidades locais baianas.
Para Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), afirmou em entrevista ao jornal Correio, e disse ser natural que haja predominância no número de microempresas na Bahia e em outras regiões do país. “É um cenário que não muda. Há um aumento de empresas por conta da recuperação pós-pandemia, em 2021 e 2022, e a tendência é que 2023 também tenha aumento, mas o perfil vai ser praticamente o mesmo, porque a dinâmica econômica é muito similar”, projeta.