Em pronunciamento no início da sabatina no Senado, André Mendonça, que é pastor e ex-ministro da Justiça, afirmou que está comprometido com o Estado laico. Ele também disse que, se for aprovado para o STF (Supremo Tribunal Federal), não fará manifestações religiosas durante as sessões.
“Eu me comprometo com o Estado laico. Considerando discussões havidas em função de minha condição religiosa, faço importante ressaltar minha defesa do Estado laico”, falou. A indicação de Mendonça foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que prometeu apontar alguém “terrivelmente evangélico” para o cargo no Supremo.
“Assim, por mais que eu seja genuinamente evangélico, entendo não haver espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do STF”, disse, sem citar Bolsonaro. “Na vida, a Bíblia. No Supremo, a Constituição”, continuou.
No fim de outubro, o presidente disse querer que o ex-ministro da Justiça orasse no STF. “Pedi para ele, ‘quero que toda semana você comece a primeira sessão com uma oração dentro do Supremo Tribunal Federal, que você leve a mensagem que todos nós queremos'”, afirmou Bolsonaro.
Para encerrar sua fala, Mendonça fez agradecimentos. Dentre eles, “a Deus pelo dom da vida e pela esperança eterna”.
Mendonça chega com apoio
André Mendonça tem apoio declarado de pelo menos um terço do Senado, que analisa hoje a indicação para o cargo em sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Em levantamento feito pelo UOL, 28 parlamentares afirmaram que votarão a favor da nomeação do indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para ser aprovado no plenário do Senado e nomeado ao Supremo, Mendonça precisará de 41 votos, maioria absoluta da Casa. O UOL procurou todos os parlamentares. Dos 80 senadores consultados (o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, não participa da votação), outros 29 preferiram não antecipar o voto e 22 não responderam. Apenas um, o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), se declarou contrário.