Ao completar um século no mês passado, o Dr. Howard Tucker segue esbanjando conhecimento e saúde. Mesmo após ter sido nomeado pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como o médico mais antigo do mundo, quando tinha 99 anos, ele só deixou de atender pacientes pouco tempo depois.
O neurologista parou de fazer consultas recentemente, mas se mantém ocupado ensinando médicos residentes no St. Vincent Charity Medical Center em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos, duas vezes por semana.
Em entrevista ao Today, ele afirma que sua longa carreira é uma das principais razões para ter atingido a longevidade. “Eu vejo a aposentadoria como inimiga da longevidade”, disse.
Médico desde 1947
Nascido em 1922, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Ohio, em 1947, ele serviu como neurologista da Marinha durante a Guerra da Coréia. “Qualquer um que foi dispensado da Marinha por razões neurológicas, se morasse ao leste do Mississippi, eu tinha que examiná-lo antes”, disse Tucker à Agência Telegráfica Judaica (JTA).
Na época em que Dr. Tucker se formou, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética não existiam. Ele conta que para diagnosticar os pacientes usava pouco mais do que seu conhecimento em medicina.
“Não havia ferramentas de diagnóstico dessa magnitude”, disse Tucker à JTA. “Nós costumávamos agonizar com um problema. Isso é um padrão de um tumor? Este é um padrão de anormalidade com um acidente vascular cerebral? Naquela época, tínhamos que trabalhar mais, mas era divertido.”
Mente ativa sempre
Enquanto neurologista, ele segue defendendo que manter-se mentalmente ativo é o segredo para uma vida longa – seja permanecendo em suas carreiras ou se envolvendo em hobbies mentalmente desafiadores. “Acho que, para se aposentar, pode-se enfrentar o potencial de murchar e terminar em um lar de idosos. É divertido ficar vivo e trabalhar”, afirmou ao TODAY.
Em sua entrevista, feita a partir de uma videochamada, Dr. Tucker também mostrou que tem seu próprio computador e smartphone, e costuma estar antenado à tecnologia, principalmente em relação ao trabalho. “É um trabalho delicioso. Todo dia eu aprendo algo novo.
Um estudo de 2016, realizado com 3 mil adultos e publicado no Journal of Epidemiology and Community Health apontou que permanecer no trabalho por mais um ano reduziu o risco de morrer por qualquer causa em 11%, nos 20 anos seguintes.
Dr. Tucker compartilha deste resultado, mas também reconhece que a genética pode ajudar, afinal sua mãe e seu pai viveram até os 84 anos e 96 anos, respectivamente. Outro ponto importante, segundo ele, é não fumar.
“Estude cada dia como se fosse viver para sempre e viva cada dia como se fosse morrer amanhã”, disse ele ao WKYC, dizendo ser sua filosofia de vida. “Eu carrego isso comigo o tempo todo.”