O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, classificou conforme o jornalista Lucyenne Landim, do O Tempo, como “absurda” a operação da Polícia Federal contra empresários que mantinha conversas com teor golpista e pediu que seja incluído no inquérito que investiga o caso, já que tinha contato com dois deles. O caso foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
“É inacreditável o que está acontecendo no Brasil. Coisa absurda sobre oito empresários. Me bote no inquérito porque dois eu tinha contato. O momento não é de a gente ficar quieto, não é comigo ficar quieto, é cada um fazer a sua parte, não aceitar reclamando, apontando os problemas que isso é inacreditável o que está acontecendo no Brasil”, disse.
“Quando vimos um deputados ser preso por nove anos. Falou besteira, falou? Nove anos de cadeia? Homicídio começa com 6 anos”, acrescentou sobre a condenação do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ameaças a instituições. O parlamentar recebeu perdão presidencial de Bolsonaro para não cumprir a pena.
O mandatário voltou a discursar a favor de liberdade, que, segundo ele, “está o tempo todo sendo açoitada” pelo Poder Judiciário. “Liberdade de expressão ou você tem ou não tem. Quais são os limites? Até onde eu posso ir ou vocês podem ir? E se alguém ultrapassou, já tem a legislação para processar alguém por calúnia, difamação, injúria, seja lá o que for. A liberdade é algo sagrado para nós”, destacou.
“Se acabar o meu governo e todo mundo ficar um pouco mais pobre, mas não perder a sua liberdade, vai recuperar esse patrimônio. Mas se acabar o meu governo e vocês perderem a liberdade, nós não temos para onde socorrer para uma operação acolhida para nós”, completou.
As declarações foram em evento de campanha com empresários dos setores de comércio e serviços em Brasília (DF) nesta terça-feira (30). Bolsonaro questionou se há alguma medida dele de tom golpista que possa ser alvo de ataque e garantiu não haver atuação do chamado “gabinete do ódio” para disparar ofensas.
“’Ah o cara quer dar um golpe’… alguma medida minha golpista? Em algum momento viram aí movimentações? ‘Ah ele tem um gabinete do ódio’. Me aponte uma matéria ‘essa saiu do gabinete do ódio’. Não tem. O que é fake news? É mentir e é omitir também. Se formos aqui punir por fake news, iam mentir muitos órgãos de imprensa por aí. E eu sou o primeiro a defender os órgãos de imprensa. Podem continuar me criticando por aí, apanho o tempo todo”, frisou.