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A indústria do cimento, aço, vidro, química, alumínio e papel e celulose são conhecidas como “hard to abate”. A sigla em inglês, que significa “de difícil abatimento”, é utilizada para caracterizar os setores que mais emitem Gases de Efeito Estufa (GEE).
De um modo geral, a indústria responde por 10% dos gases no Brasil. Deste volume, 85% veem dos setores mencionados, que demandam muita energia em seu processo fabril.
Para conversar sobre as oportunidades, perspectivas e desafios para as rotas de descarbonização, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) iniciou, nesta última quarta-feira (22), uma série de oficinas com representantes dessas áreas.
Os encontros fazem parte das atividades que vão elaborar a Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial, coordenado pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) e pela secretaria-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), responsável pela implementação das componentes de descarbonização e transição energética da missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB).
O documento conterá a estratégia de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira para o setor, com a proposição uma meta setorial medidas de implementação com base em compromissos internacionais.
Na abertura dos encontros, o secretário da SEV, Rodrigo Rollemberg, elogiou os esforços dos setores para aprimorar os processos.
“Temos um nível de emissões abaixo da média mundial, mas sabemos que, por uma exigência do mercado e em função das emergências climáticas, quanto mais o setor conseguir reduzir suas emissões mais ele será competitivo no cenário internacional”, analisou Rollemberg.
A reunião desta quarta-feira foi com o setor do cimento. As próximas serão, na sequência, com papel e celulose, alumínio, aço, química e vidro.
Descarbonização
O grupo também contribuirá com a Estratégia Nacional de Descarbonização da Indústria, que auxiliará no cumprimento das metas da Missão 5 da NIB.
“A neoindustrialização só faz sentido se ela for verde”, afirmou a secretária executiva do CNDI, Verena Hitner. “Temos um desafio muito grande, que é de ajudar a SEV e ajudar o MDIC a organizar quais são os instrumentos nesse processo de descarbonização. Se a gente está falando de uma nova economia, de uma economia verde, de uma economia sustentável para uma nova indústria e para um novo desenvolvimento do país, é fundamental que a gente consiga construir, a partir dos consensos que a gente possa ter, quais são esses novos instrumentos que a gente precisa. E é um pouco isso que estamos fazendo aqui”, finalizou a secretária executiva.
