A cúpula do MDB trabalha em duas frentes para que a senadora Simone Tebet (MS) seja a próxima ministra do Planejamento, cargo que foi oferecido a ela pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por um lado, tenta convencê-la a aceitar o convite e, de outro, negocia com o petista a ampliação das atribuições da pasta.
Os emdebistas propuseram a integrantes do futuro governo que o Planejamento fosse turbinado com os Plano de Parceria Público Privada (PPI) e os bancos públicos, que hoje estão no guarda-chuva da Economia. Aliados de Lula não descartam incluir o PPI, mas rechaçam a ideia de incorporar os bancos públicos à pasta. As informações são de Eduardo Gonçalves, Sérgio Roxo e Paula Ferreira, do O Globo.
Segundo interlocutores, a senadora gostaria de assumir um ministério que tenha uma atuação mais efetiva, com políticas públicas capazes de lhe garantir visibilidade. Na avaliação de Tebet, no atual formato, o Planejamento acaba funcionando como uma espécie de apêndice da Economia.
Lula deve se reunir ainda nesta segunda-feira com o presidente do MDB, Baleia Rossi, para chegar a uma definição. Tebet chega à Brasília na noite de hoje e deve se encontrar com o presidente eleito nesta terça-feira.
Haddad resiste
Outro entrave para Tebet assumir o posto é o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teria preferência pelo senador eleito Renan Filho (MDB-AL) no comando do Planejamento. Haddad chegou a sondar o parlamentar para a pasta há cerca de dez dias. Filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ele também é cotado para ir para os Transportes.
Além do Planejamento, o MDB negocia com Lula a indicação para os ministérios da Cidades e dos Transportes. Boa parte da bancada do partido no Congresso resiste à possibilidade de Tebet ser remanejada para Cidades, já que ele é pouco alinhada a caciques do MDB, como o próprio Renan Calheiros.