Conforme reportagem publicada pelo jornal Tribuna da Bahia, desde a crise em que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em um apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima em Salvador, o MDB da Bahia mantém espaços na gestão do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
A publicação lembrou que o partido reduziu o tamanho na administração soteropolitana, mas permanece com mais força no governo democrata do que outras legendas aliadas, apesar do enfraquecimento dos emedebistas no Legislativo. Neto tirou do partido a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), que tem um orçamento de R$ 460 milhões, ao nomear o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), no lugar de Almir Melo (MDB). No entanto, a agremiação partidária foi contemplada com a Secretaria de Ordem Pública (Semop), que tem orçamento de R$ 860 mil, com a nomeação do vereador licenciado Felipe Lucas (MDB) para o cargo.
Além da Semop, o prefeito deu aos emedebistas a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), ao nomear ontem o ex-chefe da Seinfra, Almir Melo, para o posto. A Arsal era comandada, até o final do ano passado, por Henrique Trindade – irmão dos vereadores José Trindade (Podemos) e Maurício Trindade (DEM), que deixou o posto para ser candidato à vaga da advocacia no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA).
“Estou muito animado. Acho que vou conseguir realizar um bom trabalho, já que a Arsal vai ganhar ainda mais musculatura. Vamos tocar vários projetos, entre eles, a questão da tarifa dos ônibus e a fiscalização do novo Centro de Convenções”, disse Almir Melo. Segundo avaliações de aliados para Tribuna, ao contemplar o MDB, ACM Neto dá um sinal que quer contar com o apoio do partido na eleição do próximo ano, quando acontecerá a sua sucessão.
De acordo com os correligionários, embora a televisão tenha perdido relevância nas eleições para a internet, o tempo de TV, que o MDB possui, não pode ser descartado em uma corrida eleitoral. Por causa da crise da legenda, o prefeito desistiu de ser candidato ao governo da Bahia na eleição passada. O próprio chegou a admitir, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que o caso pesou na decisão de não postular o Palácio de Ondina. O prefeito tem apostado, no entanto, que a sigla se afaste da crise até o próximo pleito. (Por Rodrigo Daniel Silva do jornal Tribuna da Bahia)