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segunda-feira 25 de julho de 2022 às 05:48h

MDB fica entre o protagonismo de lançar Simone Tebet à Presidência e o retorno à ‘zona de conforto’

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Empreender é sinônimo de desafiar… de inovar… de criar valor. Mas empreender também envolve assumir riscos. Pode-se ganhar muito, mas também perder muito. É preciso estar preparado e, acima de tudo, ter coragem.

Segundo a coluna de Carlos Pereira, do Estadão, o MDB tem apresentado uma trajetória bastante inusitada. Foi criado em 1965 como consequência do Ato Institucional número 2 que extinguiu o multipartidarismo e instituiu o bipartidarismo. Funcionou durante a ditadura como uma espécie de “guarda-chuva” das forças que lutaram contra o regime autoritário e pela redemocratização.

Exerceu um papel de protagonista na transição para a democracia ao construir uma aliança com o PFL em torno da candidatura de Tancredo e Sarney, que veio a ser vitoriosa nas eleições indiretas no colégio eleitoral em 1985. Como consequência, obteve os maiores retornos gerados pelo mercado político.

Após ter disputado a presidência em 1989 (Ulysses Guimarães) e 1994 (Orestes Quércia) com desempenhos melancólicos, o MDB enfrentou perdas consideráveis de poder e de recursos.

Como resultado, nas cinco eleições subsequentes o MDB ajustou as suas ambições e priorizou a trajetória legislativa se transformando em um partido coadjuvante pivô das coalizões dos governos FHC, Lula e Dilma, o que proporcionou retornos intermediários.

Mas, com o impeachment da ex-presidente Dilma em 2016, Michel Temer assumiu a presidência e o MDB foi mais uma vez alçado à condição de partido protagonista, fazendo com que seus retornos mudassem de patamar.

Nas eleições de 2018, o MDB se manteve nessa trajetória majoritária com a candidatura de Henrique Meirelles, mas novamente teve um desempenho eleitoral pífio, reduzindo drasticamente seus retornos. E, o que é pior, viu o Centrão ocupar a posição de pivô legislativo do governo Bolsonaro, papel que costumava exercer no passado.

Nesta quarta-feira, dia 27 de julho, o MDB vai mais uma vez se defrontar com a sua história, quando terá a chance de definir se a senadora Simone Tebet será sua candidata a presidente. E mais que isso, se ela terá apoio efetivo do partido ou será apenas “cristianizada”.

A hesitação de parcela do MDB em apoiar a candidatura de Simone à Presidência é reflexo direto da história do partido que viveu altos e baixos ao longo desses anos.

Será que o MDB terá coragem para buscar seu lugar ao sol e perseverar no caminho do empreendedorismo político ou a tibieza o fará sucumbir à tentação de retornar à sombra de uma “zona de conforto” de uma trajetória legislativa?

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