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domingo 13 de agosto de 2023 às 08:46h

Mauro Cid fica sem advogado e situação do militar se complica ainda mais

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A situação de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso desde maio, se complicou ainda mais, diz Marcelo Hailer, da revista Fórum: o advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa do militar.

Conforme a coluna de Lauro Jardim, no O Globo, a versão oficial é que o motivo da saída de Fenelon do caso Mauro Cid é “por foro íntimo” e sua decisão teria sido comunicada ao militar na terça-feira passada, ou seja, antes das novas revelações que complicaram ainda mais a vida de Cid.

Dessa maneira, Mauro Cid agora está e busca de um novo advogado para fazer sua defesa. Essa é a segunda vez que o militar fica sem representante jurídico, antes de Fenelon, Rodrigo Roca deixou o caso uma semana depois da prisão do militar, que ocorreu em maio.

Mauro Cid foi preso durante a Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no começo de maio.

O nome do tenente-coronel ganhou notoriedade quando passou a ser investigado pela PF por suspeita de operar uma espécie de “caixa paralelo” para Bolsonaro, que nega as acusações.

As investigações sob o comando do ministro Alexandre de Moraes descobriram que Mauro Cid pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo.

Entre as contas pagas por Cid, estão faturas de um cartão de crédito adicional emitido no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal lotada no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA). Ela é amiga próxima da ex-primeira-dama e Michelle Bolsonaro.

Pai de Mauro Cid é alvo de operação da PF

A Polícia Federal (PF) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niterói e São Paulo na última sexta-feira (11) na Operação Lucas 12:2, um desdobramento das investigações em torno do inquérito que envolve o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid.

O pai de Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi amigo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é um dos alvos da operação. Segundo as investigações ele teria tentado vender as joias recebidas pelo ex-presidente em viagens oficiais durante viagem aos EUA.

Outro alvo da operação é Osmar Crivelatti, também militar, que foi subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens da Presidência.

De acordo com a investigação, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Segundo a PF, a operação tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.

O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”, escreve Marcelo Hailer, da Fórum.

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