Conversas interceptadas pela Polícia Federal mostraram uma faceta do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que poucos conheciam, revela o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. Ele debochava de parlamentares bolsonaristas e até mesmo de um general aliado.
O ex-auxiliar de Bolsonaro, preso pela Polícia Federal (PF) suspeito de fraudar dados de vacinas, foi flagrado, por exemplo, em uma conversa com Célio Faria, que era chefe de gabinete da Presidência e se tornaria ministro da Secretaria-Geral, ironizando um evento organizado por Bia Kicis. A deputada do partido de Bolsonaro promovia o Fórum da Rota da Fruticultura em setembro de 2021.
“Evento vazio. Parece que só tem cem pessoas. Hahahahahaha. Sempre assim… Todo evento torto morre torto… Pr [presidente] disse que só vai se encher”, escreveu Cid para Faria com uma foto do evento.
Escárnio
Em outra mensagem ele também criticou Jorge Seif, ex-secretário da Pesca e atual senador, e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo. Ao comentar a agenda se Bolsonaro, ele afirmou com escárnio:: “Ainda bem que Seif e Gilson sumiram nesta semana”.
Cid contou ainda a Faria, rindo, que havia avisado a Bolsonaro que Seif gostaria de falar com ele, e Bolsonaro respondeu xingando. Cid então comentou: “Não vou falar nada…”. O ex-chefe de gabinete de Bolsonaro respondeu com um emoji de enjoo.
Furada
O general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral e da Casa Civil, também foi contemplado. O general planejava motociata, em Goiânia, em agosto de 2021. Para Cid, o ato era “furada total”. Faria respondeu que a ideia daria “merda”. Dias depois, Cid enviou reportagem sobre o alto gasto com motociatas e escreveu: “Eu avisei…”.