O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a pedir publicamente pela emissão da licença ambiental que vai permitir à Petrobras perfurar e procurar petróleo na chamada Margem Equatorial, no litoral nordeste e norte do País. “A Petrobras já entregou os estudos complementares ao Ibama e chegou a hora de essa chave virar”, disse Silveira em evento organizado pela Petrobras em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
E continuou: “Queremos pesquisar a Margem Equatorial de maneira ambientalmente sustentável. Temos que aproveitar mais essa fonte de riqueza nacional e gerar empregos em todo o País. Os resultados positivos de nossas reservas vão acelerar a transição energética no Brasil.”
Em seguida, ele afirmou que perfurar a Margem Equatorial é uma questão de “soberania nacional”.
Silveira também disse que a produção de óleo e gás em águas contíguas à Margem Equatorial brasileira está “mudando a realidade de países vizinhos”.
“O PIB da Guiana cresceu 50% no ano passado. O Brasil merece viver essa transformação. É uma arrecadação de mais de R$ 1 trilhão que precisa ser destinada à saúde e educação. Não podemos aceitar mais de R$ 350 bilhões em investimentos parados”, reclamou o ministro.
Antes dele, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia feito pressão pela licença do Ibama em discurso no mesmo evento. Nas últimas semanas, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do governo também têm sido mais vocais nesse sentido.
Silveira foi o pivô da última troca de comando na estatal, após conflitos sucessivos com o antecessor de Magda, Jean Paul Prates.
Indústria Naval
Silveira também saudou os esforços do governo federal e da Petrobras em retomar a indústria naval.
“Essa indústria foi desmantelada pelo governo anterior. A Petrobras não renovava frota marítima há 10 anos”, disse Silveira ao elogiar as encomendas de momento da Petrobras e o lançamento de novo edital para incrementar a frota da subsidiária de transporte da Petrobras, a Transpetro. “Temos que defender as políticas públicas que voltaram para o Brasil”, disse, sobre o movimento da estatal que, segundo ele, dá tranquilidade por ter atualmente uma “diretoria harmoniosa”.