A Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Marcos Mendes (PSOL), promoveu, na manhã de quinta-feira (9), audiência pública virtual que debateu o tema “A Problemática dos Planos de Gestão do Município de Salvador: o Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima” (PMAMC).
Durante a sessão, Marcos Mendes denunciou que esse plano, apesar de essencial para o enfrentamento da emergência climática, adota uma metodologia de cerceamento às informações públicas e baixa mobilização popular. Marcos mendes lamentou a ausência de representantes dos órgãos públicos envolvidos com o tema e agendou nova audiência pública virtual para o dia 23 de julho ás 9h30.
Resiliente
O vereador cobrou coerência dos poderes públicos quanto às áreas verdes e unidades de preservação ambiental, tanto as que estão sob a responsabilidade do município, a exemplo da Pedra de Xangô, localizada no bairro de Cajazeiras, referência simbólica e ancestral dos adeptos das religiões de matriz africana; como as que estão sob a administração do Estado, como Pituaçu e as APAs da Bacia do Cobre/São Bartolomeu e das Lagoas e Dunas do Abaeté.
“Como fazer uma cidade resiliente, como propagandeia o prefeito e a secretaria fake SECIS, maltratando tanto as áreas verdes da cidade e matando tantas árvores? A prefeitura tem tanta responsabilidade e dever de intervir quanto o Estado”, criticou Marcos Mendes.
Na ocasião, ele destacou que o mandato está “vigilante” e atuante quanto à obra do BRT e os prováveis impactos ambientais à cidade. Exaltou também o papel social e ambiental desenvolvido pelas(os) catadoras(es) de material reciclável de Salvador, que, na sua opinião, não são reconhecidos pelo poder público.
“Existem indícios que em Salvador parece ter uma verdadeira máfia do lixo. As(os) trabalhadoras(es) que atuam como catadoras(es), e muitas cooperativas que têm à frente mulheres negras, que são lideranças em suas comunidades, desempenham uma atividade de extrema importância para o planeta, mas não são valorizadas(os) nem remuneradas(os) e não participam da discussão da gestão da cidade. O município não reconhece que as(os) catadoras(es) são peças fundamentais desse processo”, frisou o vereador Marcos Mendes.
A audiência pública contou com a participação da vereadora Marta Rodrigues (PT), militantes ambientalistas, instituições da sociedade civil e representantes dos catadores de Salvador.