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domingo 10 de julho de 2022 às 18:15h

“Marcelo, vem aqui recepcionar um amigo seu bolsonarista”, diz testemunha da festa onde lulista e bolsonarista trocaram tiros

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Uma das principais testemunhas do assassinato do petista Marcelo de Arruda, morto após disparos do policial bolsonarista Jorge da Rocha Guaranho, numa festa ontem, relatou em detalhes ao Blog do Noblat como ocorreu todo o episódio.

A testemunha prefere não ser identificada. No relato, ela conta que quando Guaranho chegou gritando na festa, todo mundo acreditou ser um convidado. E que chegaram a avisar Marcelo para ir recepcionar Guaranho, mesmo sem ninguém conhecê-lo.

“Ali, tinha gente que votava no Lula, no Bolsonaro. O Marcelo era da área de segurança (guarda municipal). As pessoas brincavam uma com as outras: ‘vai lá tirar foto com a toalha do Lula’. E todo mundo achou se tratar de um convidado chegando e brincando” – contou a testemunha ao blog.

Ouça o áudio da conversa da testemunha com o blog do Noblat.

“Marcelo, vem recepcionar um amigo bolsonarista seu que chegou. Ele chegou gritando “Bolsonaro” e tal. Aí, o Marcelo viu que não se tratava de um convidado, porque ele continuava xingando. E disse para ele: ‘sai daqui cara, não te conheço. É festa de família”.

E a testemunha confirma que o Guaranho tirou a pistola e chamou as pessoas de vagabundas, que mereciam morrer.

“E disse que voltava para matar todo mundo. Nisso, o Marcelo volta e senta ao meu lado. E disse que o cara, além de xingar, mostrou a pistola: ‘o cara me tira a pistola e mostra para mim. E que ia voltar e matar todo mundo. Vou pegar minha pistola no carro”.

Assista ao vídeo (Cenas fortes):

A testemunha, nesse momento, o desestimula a buscar a arma.

“Marcelo, deixa a pistola lá. Chope e arma não é combinação boa. Mas ele insistiu: ‘não, vai que esse cara volta’. Ele colocou a arma na cintura e, 15, 20 minutos depois, a gente já festejando de novo, o cara vem…E invade o local da festa. Ele e a mulher dele gritam: ‘pára, é a polícia. Abaixa a arma, polícia!’. Em vez de parar, começou a atirar. Acertou o Marcelo e depois o executou de perto”.

Ela relata, então, que Marcelo descarregou a pistola em Guaranho.

“Eu estava na linha de tiro dos dois. Estava na porta. Quando vi os dois armados, um apontando a arma para o outro, dei um passo para trás para me proteger na parede da porta”.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que o policial Guaranho tinha morrido após Marcelo revidar. Contudo, às 16h40, em coletiva de imprensa, a delegada Iane Cardoso informou que a polícia errou: o agressor estava vivo e foi levado ao hospital. Até a última atualização desta reportagem, ele encontrava-se internado.

A testemunha diz que os dois saíram vivos da festa e que um clima de “terror” tomou conta do lugar. Ele acredita que se Marcelo não o tivesse contido, Guaranho teria feito mais vítimas.

“O cara sai falando: ‘vou voltar aqui, vou matar vocês, seus vagabundos’ e volta com a arma em punho! E duas pessoas gritam ‘polícia’ e ele começa a atirar. Sim (ele poderia ter matado mais gente).

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