Marcelo Odebrecht, um dos homens mais ricos do Brasil, que foi condenado na Operação Lava Jato, passou os dois últimos anos prestando serviços à comunidade no setor administrativo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
Há três meses, o ex-presidente da empreiteira Odebrecht terminou de cumprir a pena a que foi sentenciado por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. E voltou a ser de novo um homem livre.
O executivo começou a bater ponto no hospital em junho de 2021, e permaneceu por lá até o dia 26 de janeiro deste ano. Marcelo, de acordo com a coluna de Mônica Bergamo, conseguiu não ser notado por médicos e funcionários da instituição. Poucos sabiam que ele trabalhava no prédio do complexo.
Ele ia ao hospital duas vezes por semana, quando fazia serviços administrativos e auxiliava em discussões de melhorias de processo e da execução de revisão de fluxo de trabalho.
Atendia também a demandas administrativas gerais nas áreas subordinadas à superintendência e à chefia de gabinete.
Cerca de 50 presos passaram pelo hospital para prestar serviços à comunidade e cumprir a pena alternativa. O programa foi resultado de um convênio feito em 2018 pelo HC com a Central de Penas e Medidas Alternativas da Justiça Federal de SP (Cepema).
Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro em 2016. Com um acordo de delação premiada reduziu a pena para dez anos. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reduziu o período para sete anos que acabam de ser cumpridos.