O juiz federal Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal do Rio de Janeiro, será julgado de acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha, no dia 7 de março pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele é alvo de três representações disciplinares que questionam sua atuação na Operação Lava Jato.
Bretas, que era conhecido como “o Moro do Rio de Janeiro” por atuar na Lava Jato de forma semelhante ao ex-juiz Sergio Moro, pode ser afastado do cargo com a abertura de um processo disciplinar contra ele –o que é considerado provável por magistrados de cortes superiores.
Uma das representações contra o magistrado é assinada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O político diz sofrer perseguição de Bretas, que não obedeceria ao princípio da imparcialidade ao atuar em processos que o envolvem.
Bretas é ainda citado em três delações premiadas em que os réus fazem relatos sobre a atuação dele em acordos de delação premiada.
Neles, o juiz aparece tentando direcionar réus para firmar delação, o que é proibido por lei.
Nos áureos tempos da Lava Jato, Bretas mandou prender investigados como o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o empresário Eike Batista.
De perfil expansivo, o juiz chegou a pegar carona no avião oficial do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para ir à posse de Jair Bolsonaro, em 2019. E divulgou até foto. Em 2020, foi condenado à pena de censura por participar de ato político com o então presidente Jair Bolsonaro.
No total, onze conselheiros do CNJ vão julgar Bretas. O relator do caso é o corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão.