As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizadas com panelas durante pronunciamentos na TV, tem se tornado parte do isolamento em diversas regiões do Brasil. Os panelaços são acompanhados de gritos, caixas de som tocando o hino do Brasil e até mesmo tiros de arma de fogo. Acontece que esses protestos estão acirrando as emoções entre vizinhos, e muitos casos estão indo parar nas delegacias.
O jornal Folha de S.Paulo conseguiu relatos em diferentes cidades. Segundo a Folha, os casos mais graves até o momento foram registrados em bairros da Zona Oeste de São Paulo. Por lá dois moradores levaram a situação para a delegacia após disparos de armas de pressão sem efetuados na direção de suas janelas. os projeteis tem potencial para ferir até mesmo cegar uma pessoa. A Polícia Civil está investigando o caso.
Ainda de acordo com informações publicadas pelo jornal, os panelaços contra Bolsonaro atingiram os decibéis mais altos entre meados de março e o início de abril, mas voltam a ecoar sempre que um fato novo assanha os detratores do mandatário, durante o dia ou à noite. Foi assim na sexta-feira (24), com a demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro.
No Rio de Janeiro, uma professora, moradora do Leme, classifica seus vizinhos do andar de cima como bolsonaristas. Durante os panelaços, eles colocam uma gravação no alto-falante sugerindo que os participantes do ato peguem suas panelas e enfiem… (naquele lugar mesmo em que dá para imaginar.) “Acho que ultrapassa o limite. É desrespeitoso e deixa a vizinhança revoltada”, diz a moradora.
“Os panelaços estão ocorrendo porque a insatisfação chegou à elite, que agora está sentindo na pele a omissão do governo já conhecida pelas classes mais baixas”, completa a professora.
Já em Manaus, uma síndica teve que emitir um documento após receber uma série de contestações aos panelaços. Ela teve que chamar atenção “quanto ao fato” e clamando por “bom senso e também compreensão da coletividade”. Parte dos moradores não receberam o comunicado de forma positiva, para um determinado grupo a iniciativa era uma tentativa de impedir as manifestações.