Mais de 340 servidores federais estão no estado de Roraima para o combate às queimadas. Até o momento, em 2024, já foram registrados 2.670 focos de incêndio na região. O estado enfrenta uma das piores estiagens das últimas duas décadas em razão da estiagem prolongada, intensificada pela mudança do clima e pelo fenômeno El Niño. Para reforçar o enfrentamento aos incêndios florestais, o Governo Federal realizou uma reunião de alinhamento, na tarde desta terça-feira (5).
Com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, à frente das discussões, os ministros Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional; Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas; assim como o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho; e o Governo de Roraima, fizeram um balanço das ações em andamento e debateram medidas de combate às queimadas que têm afetado não apenas a flora, mas também a saúde da população da região.
“O Ministério do Meio Ambiente está inteiramente solidário, o que a gente quer é resolver o problema do fogo e principalmente o problema que leva à causa do aumento da temperatura, que faz com que agora a gente tenha essas estiagens terríveis”, destacou Marina Silva ao lembrar que a diminuição do desmatamento em 50%, alcançada em 2023, contribuiu para que a situação das queimadas não fosse ainda mais grave na região.
Ao todo, Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam com 341 combatentes no estado, incluindo brigadistas, responsáveis por suporte operacional, pilotos, copilotos e assistência técnica. Desde 24 de janeiro, há uma sala de situação com representantes do Estado e do governo federal para analisar, monitorar e coordenar o combate. A ação conjunta ocorre por meio do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que reúne mais de dez órgãos federais.
“Uma parte significativa desses combatentes são brigadistas indígenas que conhecem o território e conseguem agir mais rápido no combate aos focos de calor”, reforçou o presidente do Ibama.
Os brigadistas do Ibama atuam prioritariamente nas Terras Indígenas Yanomami, São Marcos, Serra da Moça, Raposa Serra do Sol, Pedra Branca, Araçá, Malacacheta, Tabalascada, Canauanim, Aningal, Anarú, Ponta da Serra e Truarú. Já os do ICMBio concentram-se na Floresta Nacional de Roraima e no Parque Nacional do Viruá.
Cerca 23% dos focos de incêndio da região se encontram em terras indígenas. De acordo com a ministra Sonia Guajajara, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) está em campo com uma equipe que realiza o mapeamento para atualizar o tamanho da demanda dos povos afetados. “[as queimadas causam] perda de roça, falta de água e a desestruturação do modo de vida natural dos povos indígenas”, afirmou a ministra.
O Governo Federal também disponibilizou um aparato que conta com quatro helicópteros, 41 viaturas, cinco veículos utilitários multitarefas, posto de comando móvel, entre outros equipamentos individuais para o controle do fogo na área afetada.
Ainda durante a reunião, Rodrigo Agostinho destacou a necessidade e a importância da integração entre os órgãos federais e estaduais no combate às queimadas. “Nós estamos trabalhando, a gente sabe que o governo do estado está trabalhando, mas precisamos trabalhar o melhor engajamento dos órgãos dentro do nosso Ciman”, afirmou.