A maioria dos japoneses rejeita aumentar impostos para financiar a expansão militar, noticiou a Kyodo neste domingo (18), citando uma pesquisa da agência de notícias depois que o governo anunciou a maior expansão militar do Japão desde a Segunda Guerra Mundial.
O Japão anunciou na sexta-feira um plano de gastos militares de 320 bilhões de dólares para comprar mísseis capazes de atingir a China e preparar o país para qualquer conflito, à medida que testes de mísseis da Coreia do Norte, a reivindicação da China sobre Taiwan e a invasão da Ucrânia pela Rússia, atiçam temores de guerras.
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O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse neste mês que seu governo não aumentará os impostos para o próximo ano fiscal que começa em 1º de abril, mas os elevará em etapas até o ano fiscal de 2027 para garantir financiamento para ampliar o orçamento de defesa.
Ele disse que o Japão está em um “ponto de virada na história” e que a expansão militar por meio do corte de custos e aumento de impostos foi “minha resposta aos vários desafios de segurança que enfrentamos”.
Quase 65% dos entrevistados na pesquisa da Kyodo se opuseram ao aumento de impostos para gastos militares, enquanto 87% disseram que a explicação de Kishida sobre a necessidade de aumentar os impostos é insuficiente.
A sondagem também mostrou que o apoio ao governo de Kishida não mudou em relação ao mês anterior, em 33,1%, o pior patamar desde outubro do ano passado.
O plano de cinco anos do governo, antes impensável no Japão pacifista, tornaria o país o terceiro com maiores gastos militares no mundo, atrás dos Estados Unidos e da China, com base nos orçamentos atuais.