Durante palestra de quase meia hora para representantes de rádios e TVs, nesta última quarta-feira (13), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a importância do combate a notícias falsas, as chamadas fake news, mas ponderou que é preciso estar atento para não limitar o acesso a informação.
“A discussão das fake news é uma discussão importante, com todo cuidado que uma regulamentação sobre este assunto não avance em nenhum tipo de censura”, disse Rodrigo Maia, ressaltando o papel da imprensa em mostrar que informações divulgadas como verdadeiras, muitas vezes, são falsas.
“Isso é muito importante, principalmente para um processo político. Com um processo eleitoral, faltando três dias, se entra uma informação falsa e ela consegue multiplicar, ela pode derrotar um candidato, pode dar vitória a outro”, afirmou o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia também defendeu a regulamentação de redes sociais que não têm a mesma responsabilidade que os meios de comunicação sobre o conteúdo publicado.
“Não pode ter um mercado desregulamentado e outro regulamentado porque esta concorrência não será saudável. Precisamos ver em que condições a gente faz isso porque muitas dessas plataformas a gente tem dificuldade até de acioná-las porque nem no Brasil estão. Este debate vai avançar nos próximos anos”, afirmou.
Ele disse que as redes sociais tornaram-se verdadeiras estruturas de comunicação pela maneira que operam, cobrando pela divulgação.
“Cada regulamentação que se fizer, certamente, uma inovação vai aparecer para burlar a nova regulamentação, mas, sem dúvida nenhuma, estas plataformas, que vieram como plataformas abertas para passar a nossa informação, viraram estruturas de comunicação porque elas abrem ou fecham o espaço para você fazer a sua divulgação na medida em que você paga por isso. Na verdade, então, são estruturas de comunicação.”
E defendeu que se crie possibilidades de responsabilizar estas empresas, mas sem acabar com liberdades.
“Como se faz essa regulamentação, como se garante que elas terão a mesma responsabilidade que o mercado regular de comunicação no Brasil, este debate está sendo feito. A gente precisa aprofundar e criar, de fato, uma responsabilização porque a informação caminha de qualquer jeito, ninguém é responsável por nada. Acho até que nas redes sociais é mais fácil você encontrar a pessoa e depois procurar um reparo ao dano, mas, por exemplo, no WhatsApp, é impossível. Não vejo por onde. Tem que se pensar como vai se regulamentar isso sem também ferir a liberdade do trabalho de cada um de vocês e também das plataformas digitais”, afirmou.
Ao comentar a desoneração da folha de pagamento, mantida até 2020 para alguns setores, como o de comunicação, Maia disse que o próximo presidente da República precisa reorganizar os sistemas tributário e previdenciário para garantir menos burocracia para que setores da economia tenham melhores condições de exercer seu papel e gerar empregos.