Aumenta a lista de autoridades que foram alvo de um grupo de hackers preso pela Operação Spoofing, deflagrada na terça-feira (23) pela Polícia Federal. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão entre os mais de mil celulares hackeados. Maia e Alcolumbre desconheciam a invasão.
Pelas redes sociais, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), anunciou a ação dos hackers contra os políticos. “Confirmado: presidente da Câmara e ministros do STF também foram hackeados. A PF irá notificar todas as vítimas do grupo criminoso”, avisou Joice. Ela também está na lista.
“O presidente do Senado também está entre as vítimas. A República do Brasil foi hackeada”, acrescentou. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é outra autoridade pública hackeada. Procurada pela reportagem, a Polícia Federal não confirmou o rastreamento dos políticos. Disse que não comenta investigação em curso.
Nesta quinta-feira (25), o Ministério da Justiça afirmou que os celulares usados pelo presidente Jair Bolsonaro foram alvos de ataques do grupo. O ministério foi avisado Polícia Federal, que apura as invasões dos aparelhos. “Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao presidente da República”, disse.
Autorizada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, a Operação Spoofing iniciou com a investigação da invasão do celular do ministro Sergio Moro, do coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol. No processo, a polícia descobriu outros alvos dos hackers.
Pelas redes sociais, Moro parabenizou a Polícia Federal pela investigação que acabou com a prisão dos hackers que invadiram seu celular. Ele admitiu, porém, que é preocupante o alcance das atividades dos hackers. Além dele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi alvo do grupo, segundo suspeita da Polícia Federal.